Há alguns anos, fui entrevistada pela editora de uma revista
espiritual; evidentemente era uma pessoa muito espiritual com muitos anos de
busca e a conversa era muito tranquila. De repente, ocorreu algo muito
estranho, ela me perguntou o que eu estava buscando. Respondi-lhe que minha
busca tinha terminado: que já tinha encontrado o que buscava. Ela se
surpreendeu! Não podia aceitar que a busca poderia terminar, estava tão
ofendida que terminou a entrevista quase imediatamente e nunca a publicou. No
princípio não pude entender o que tinha acontecido para que uma entrevista tão
positiva tivesse uma mudança tão brusca. Depois me dei conta: ela estava
viciada na busca. A ideia de pôr fim à sua busca, de encontrar realmente o que
estava buscando, dava-lhe medo, porque ela tinha se identificado completamente
com o papel de buscadora. Se ela deixasse de buscar, deixaria de existir.
Isto é verdadeiro para todos nós: o que mais tememos é o
silêncio do amor-consciência. Não compreendemos o que significaria deter a busca,
mas na realidade, só significa estar neste momento, ad infinitum. A maioria de
nós sabe que não podemos estar presentes por mais de uns instantes. Continuamos
nos distraindo com o funcionamento de nossa mente, para não enfrentar a
verdade.
O que estou propondo é um fim à busca. A busca nos mantém
olhando para fora, para o horizonte de um futuro imaginário. Esta busca não
terminará nunca, até que tiremos nosso olhar da distância e o concentremos no
momento presente. Quando o fizermos nos despertaremos e esse despertar é o
final: o fim do sofrimento, o final da carreira, o final do seu esconderijo. É
uma espécie de morte: a morte do eu ilusório, a morte do medo. Trata-se de
eliminar, de queimar o que não serve e emergir das cinzas na presença ilimitada
do ser, sempre presente, sendo onisciência pura, abrangendo tudo, aceitando
tudo.
Agora que encontrei a plenitude, o que fica por fazer? Só o
dar. Assim é como os mestres brotam do despertar. Os verdadeiros mestres não
procuram ensinar: procuram se autorrealizar. Depois, a partir de sua
realização, o ensino flui espontaneamente, como a água de um manancial. Não há
esforço algum porque é a natureza do amor compartilhar, o único desejo do
coração é servir a outros corações em seu despertar. O fim é o começo e agora
que estou vazio, estou por fim completo.
Por Isha, é mestra espiritual reconhecida internacionalmente como embaixadora da paz. Criou um Sistema para a expansão da consciência que permite a auto-cura do corpo, da mente e das emoções. Site oficial www.isha.com |
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