quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O fim da busca por Isha

Há alguns anos, fui entrevistada pela editora de uma revista espiritual; evidentemente era uma pessoa muito espiritual com muitos anos de busca e a conversa era muito tranquila. De repente, ocorreu algo muito estranho, ela me perguntou o que eu estava buscando. Respondi-lhe que minha busca tinha terminado: que já tinha encontrado o que buscava. Ela se surpreendeu! Não podia aceitar que a busca poderia terminar, estava tão ofendida que terminou a entrevista quase imediatamente e nunca a publicou. No princípio não pude entender o que tinha acontecido para que uma entrevista tão positiva tivesse uma mudança tão brusca. Depois me dei conta: ela estava viciada na busca. A ideia de pôr fim à sua busca, de encontrar realmente o que estava buscando, dava-lhe medo, porque ela tinha se identificado completamente com o papel de buscadora. Se ela deixasse de buscar, deixaria de existir.

Isto é verdadeiro para todos nós: o que mais tememos é o silêncio do amor-consciência. Não compreendemos o que significaria deter a busca, mas na realidade, só significa estar neste momento, ad infinitum. A maioria de nós sabe que não podemos estar presentes por mais de uns instantes. Continuamos nos distraindo com o funcionamento de nossa mente, para não enfrentar a verdade.

O que estou propondo é um fim à busca. A busca nos mantém olhando para fora, para o horizonte de um futuro imaginário. Esta busca não terminará nunca, até que tiremos nosso olhar da distância e o concentremos no momento presente. Quando o fizermos nos despertaremos e esse despertar é o final: o fim do sofrimento, o final da carreira, o final do seu esconderijo. É uma espécie de morte: a morte do eu ilusório, a morte do medo. Trata-se de eliminar, de queimar o que não serve e emergir das cinzas na presença ilimitada do ser, sempre presente, sendo onisciência pura, abrangendo tudo, aceitando tudo.

Agora que encontrei a plenitude, o que fica por fazer? Só o dar. Assim é como os mestres brotam do despertar. Os verdadeiros mestres não procuram ensinar: procuram se autorrealizar. Depois, a partir de sua realização, o ensino flui espontaneamente, como a água de um manancial. Não há esforço algum porque é a natureza do amor compartilhar, o único desejo do coração é servir a outros corações em seu despertar. O fim é o começo e agora que estou vazio, estou por fim completo.



Por Isha, 
é mestra espiritual reconhecida internacionalmente como embaixadora da paz. Criou um Sistema para a expansão da consciência que permite a auto-cura do corpo, da mente e das emoções. Site oficial www.isha.com


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