terça-feira, 30 de junho de 2015

O que significa exatamente amar?



- por Grupo Mera
O conceito do amor é tão distorcido no nosso mundo que podemos ficar confusos.
Amar não tem nada a ver com o nosso comportamento. Muita gente pensa que amar é falar com voz suave, é ser gentil, é ser simpático, é ser agradável. Entretanto, para amar, precisamos começar a nos conhecer melhor. Precisamos começar a notar que, de fato, temos um "eu" superficial e um "eu" profundo. O "eu" superficial é o ego e o "eu" profundo é a nossa essência verdadeira, o Cristo interior.
 Precisamos lembrar que o ego sempre fala primeiro e mais alto. Vem daí a necessidade de responder ao que outra pessoa está falando, antes mesmo que ela termine de falar - o que nos impede de realmente ouvirmos o que a pessoa está tentando nos transmitir. Essa é uma das versões do ego, que está sempre querendo se exibir ou querendo atacar ou precisando se defender.
A nossa primeira reação sempre vem do ego, embora ele também se manifeste primeiro naquelas pessoas muito quietas, naquelas que nunca dizem nada porque se sentem intimidadas ou inseguras. 
Essa é uma outra versão dele. A sobrevivência do ego está sempre baseada no medo. Às vezes nós passamos de uma performance tímida a uma de uma segurança excessiva de nós mesmos, ou seja, passamos de um extremo a outro sem deixar de atuar no nível do ego, sempre nos preocupando com o que as pessoas pensam de nós..., antes de começar a nos conhecer melhor.
Para termos uma expressão real de amor, primeiro precisamos encontrar a nossa verdadeira essência e deixar que ela floresça dentro de nós. Precisamos aprender a ouvir com o coração, a ver com o coração, a sentir com o coração – o ‘coração’ aqui representa a parte de nossas mentes que escolhe Deus como seu guia. Só assim vamos conseguir realmente escutar o que os outros têm a dizer, vamos poder sentir compaixão pelo próximo e poder apreciar o verdadeiro sentido do perdão e o alívio que ele pode nos trazer.
Quando nos damos conta de que sempre estivemos aprisionados pelo ego ao longo dos nossos enganos, começamos a perceber que isso também aconteceu com os outros, que eles não sabem o que estiveram fazendo tendo o ego como guia, do mesmo jeito que nós não sabíamos. Apenas dessa forma, tomando consciência disso, vamos conseguindo perdoar todas as pessoas e a nós mesmos concomitantemente. Isso é o mesmo que descobrir um mundo completamente novo dentro de nós mesmos, como uma revelação magnífica e esplendorosa. Quando começamos a perder o impulso de ‘ter que’ responder imediatamente a tudo e a todos, ou perder o medo de falar a nossa verdade, é um sinal de que o "eu" superficial está começando a dar espaço para o "eu" verdadeiro se manifestar.
No processo dessa aprendizagem, de deixar o “eu” verdadeiro se manifestar, será útil observar as palavras ou gestos que vêm à tona com muita rapidez. E em outros casos, observar o medo de nos expressar que vem à tona com enorme velocidade. O ego se manifesta de muitas formas e nós só começaremos a perceber os seus truques quando passarmos a observar constantemente o que está acontecendo dentro de nós mesmos.

Vamos começar a descobrir o motivo dos nossos receios, das nossas preguiças, dos nossos medos mais escondidos, e essa revelação interior começará a produzir milagres em nossas reações e, principalmente em nossos relacionamentos. Ficaremos mais espontâneos, mais leves, mais alegres.
Um Deus amoroso não pode querer que façamos sacrifícios. Nós fazemos sacrifícios quando mentimos a nós mesmos que estamos amando: quando estamos agindo articulosamente, usando de artimanhas e manipulações para conseguir o que pensamos que queremos. O ego tem a mania de pensar que o amor é útil, porque assim, diz ele, conseguiremos o que queremos.
Nós aprendemos essas coisas no nível do ego, e, como ele quer sempre levar vantagem, a nossa vida acaba virando um sacrifício, porque temos que acabar fazendo e falando coisas com as quais realmente não concordamos. Nossos relacionamentos acabam por ser desastrosos, transformam-se em fontes de sofrimento. O sacrifício acaba quando o eu verdadeiro começa a vir à tona, porque começamos a renunciar às coisas que não vão nos fazer nenhuma falta, como a raiva, o medo, as frustrações. O ego quer sempre vencer, ele tem sempre que competir. O eu verdadeiro quer sempre encontrar uma solução onde todos possam sair ganhando. Nós vivemos num mundo aparentemente dominado pelo ego, por isso existem guerras, miséria e todos os males. Mas do mesmo jeito que as mentes são a causa dos problemas, também são a solução. Elas podem escolher mudar de ‘guia’ – escolherem Deus ao invés do ego.
A partir do momento que começamos a perceber que o bem e o mal estão dentro de nós mesmos, podemos começar a fazer escolhas diferentes.
O mundo do ego diz que o mal é sempre evidente demais e não pode estar em nós. O problema está "nos outros", eles é que estão errados. O ego quer nos fazer acreditar que somos separados uns dos outros, mas nós somos unidos em mente e, se somos unidos, temos que reconhecer que o problema que existe nos outros também existe em nós. Pode ser em grau menor ou maior, mas está presente em todo mundo. Portanto, a cura tem que partir de cada indivíduo, cada um de nós cuidando de si mesmo, dos próprios sentimentos, atitudes e pensamentos.
Deus está dentro de todos nós, Ele está sempre presente. Se estivermos conscientes de que temos uma parte de Deus em nós, ficaremos agradecidos e passaremos a escolhê-La com mais freqüência. Apenas dessa forma poderemos nos sentir confiáveis, amadurecidos e felizes. É nesse sentido que devemos amar. A extensão do amor se dá quando optamos por mudar a nossa forma de pensar, escolhendo Deus como nosso Guia.
Os problemas do mundo são apenas sintomas dos problemas de cada um de nós, por isso precisamos tratar a causa deles. Tratar a causa significa que temos que tratar de nós mesmos. Amor é sinônimo de paz e de liberdade interior. O amor verdadeiro vem junto com o perdão que abrange tudo e todos, incluindo a nós mesmos. Nesse estado não mais nos interessará querer controlar os outros. Amar é liberar. Amar é conseguir encontrar uma solução onde todos os envolvidos possam sair ganhando, porque isso traz a percepção correta de que somos unidos e não separados uns dos outros. Amar é desistir constantemente das nossas idéias preestabelecidas de como as coisas deveriam ser.
Amar é ser feliz, ao invés de ter necessidade de estar sempre com a razão. A partir de uma reflexão como essa, podemos deixar de rimar amor e dor como temos feito nesse nosso mundo.

#desafiogratidão2015
#dia037
#flaviamelissa
#vivisawaking

Gratidão pela linda e inspiradora lua que me acompanhou de volta para casa
;)

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Por que é tão difícil se livrar do sofrimento???


http://vivisawaking.blogspot.com.br/

Oi gente,

Essa é uma pergunta que já me cansei de fazer!

Por que é tão difícil se livrar do sofrimento???

Creio que seja uma parte nossa que se mantem em profundo estado de inconsciência, pois com certeza, ninguém faria objeções a essa meta se a reconhecesse, não é mesmo?!

Ainda não sabemos a diferença entre dor e alegria - a arrogância do ego é que pensamos que sabemos o que é felicidade. A humildade, por outro lado, diz que não entendemos o que vai nos fazer felizes, mas existe Alguém dentro de nós QUE SABE!

Vamos deixar "esse alguém" que reside dentro da gente nos guiar, pois dessa maneira iremos abandonando aos poucos o aprisionamento e automaticamente iremos começar a optar pela liberdade.

Pra nos ajudar a desvendar esse assunto, trago hoje um vídeo bem legal do Diogo Beltrame.

Beijos no coração

Namastê




"Precisamos escolher remover todo entulho da nossa lousa mental; o amor que está logo além vai brilhar em e por si mesmo."
(Ucem, exercício 64)

#desafiogratifão2015
#dia036
#flaviamelissa
#vivisawaking



É não pedir nada em troca 
Não se preocupar com resultados
Simplesmente amar...
Gratidão
;)

domingo, 28 de junho de 2015

#dia034

#desafiogratidão2015
#dia034
#flaviamelissa
#vivisawaking


Pela paz que estou conseguindo manter dentro do meu ser.
Gratidão
;)

#dia033

#desafiogratidão2015
#dia033
#flaviamelissa
#vivisawaking

Sabe, passei muitos anos da minha vida que "pagava" pra não ficar sozinha, fugia a todo custo dessa situação. Queria sempre estar rodeada de gente, mas mesmo estando me sentia vazia...
Hoje consigo encontrar plenitude em ficar só e não sinto mais aquela ânsia por gente, estou percebendo as grandes oportunidades do ficar contigo mesmo!
Gratidão
;)


sexta-feira, 26 de junho de 2015

AYAHUASCA - Famosos que já provaram o chá



Oi gente,

A partir de uma matéria que vi num site sobre coletânea de reportagens sobre quem já bebeu Ayahuasca, resolvi dar uma aprimorada incluindo mais algumas informações.

Beijos no coração

Namastê



Maitê Proença

A atriz Maitê Proença, contou sua experiência de envolvimento com o Santo Daime, religião que usa chá alucinógeno em suas celebrações, em entrevista à revista Quem Acontece, da Editora Globo.

Maitê conta como foi sua aproximação do Santo Daime. "Eu tomei durante três anos, fiz por paixão, era a coisa mais importante da minha vida, tinha o Daime de companhia, fiz como autoconhecimento, tirando muitas cascas, muitos mecanismos que a gente tem e acha que é necessário para uso social. Foi um processo demorado e dolorido", disse a atriz, que atualmente está afastada do ritual, mas não descartou a possibilidade de retornar: "Agora faz tempo que eu não tomo, mas tomarei ainda ao longo da vida", completou.
Na entrevista, Maitê falou também do relacionamento entre sua filha Maria, de 18 anos, com o com seu atual namorado, Alexandre Colombo, 10 anos mais novo que a atriz. "Ela brinca, mas é completamente no amor. Eu digo para ela parar, mas ela diz que é irresistível (risos). É só para brincar, porque eles (Maria e Alexandre) se adoram", afirmou.

Maitê falou ainda sobre a inveja e como aprendeu a lidar com esse sentimento: "É normal, todo mundo sente. Mas, no início, quando senti, achei estranho. Porque machucava. Era ruim. Aí, descobri que é melhor não falar, é melhor resolver sozinha, não é preciso agir em cima daquilo".


Vídeo Maitê Proença falando sobre o Daime 2:56



Ney Matogrosso falou sobre a polêmica em torno do Santo Daime.
- O Daime mexe com o nosso inconsciente. Ele não é uma religião, meramente. A bebida você toma, e ela vai trabalhar você. Você vai saber quem é de verdade. 
Ney contou que teve experiências reveladoras no período em que usou drogas, mas que hoje em dia as considera impuras. 

Vídeo Ney Matogrosso falando sobre Ayahuasca






Gilberto Gil e Caetano Veloso
O Daime, Caetano e Gil
Juarez Duarte Bomfim - L.E. Pomar Visual Blog

Por Juarez Duarte Bomfim

O jornalista Carlos Marques, atualmente consultor da Unesco e residente em Paris, estava com 20 anos de idade quando a direção da revista Manchete decidiu destacá-lo, na companhia de um fotógrafo, para uma reportagem sobre a distante Rio Branco, capital do Acre, no ano de 1969. [1]

Entre os vários entrevistados, Marques conversou com o bispo italiano Giocondo Maria Grotti, que dois anos depois (1971) morreria durante acidente aéreo no município de Sena Madureira.

Ao ser perguntado sobre os problemas que enfrentava na região, o bispo reclamou da Doutrina do Santo Daime, fundada pelo negro maranhense Raimundo Irineu Serra.
Marques decidiu conhecer o Mestre Irineu Serra, que trabalhava no roçado de sua propriedade quando o jornalista foi visitá-lo.

- Aquele encontro foi a experiência mais marcante de minha vida. O mestre Raimundo disse que sabia que eu chegaria e estava me esperando. Disse o meu nome, que eu havia sido libertado recentemente da prisão e que eu tinha uma cicatriz na perna.

Marques contou, ainda, que passou três dias no Alto Santo e tomou Daime, mas não revela detalhes de sua experiência.

- Ele me disse que um dia eu voltaria ao Acre, mas jamais acreditei nessa possibilidade.

Quando se despediu do Mestre Irineu Serra, inusitadamente o mesmo lhe ofereceu uma garrafa de Daime com a recomendação para ele tomar o seu conteúdo com amigos sensíveis. [2]

De volta ao Rio de Janeiro, Carlos Marques entrega a garrafa e o seu conteúdo ao compositor tropicalista Gilberto Gil, a descrevendo como “uma beberagem indígena sagrada que produzia visões deslumbrantes e estados de alma elevadíssimos”. [3]

Naquele mesmo dia Gilberto Gil tomou uma dose da bebida, e logo após foi para o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, pegar a ponte aérea para São Paulo.

Já no saguão do Aeroporto de Congonhas, São Paulo, onde ocorria a inauguração de uma exposição militar, da FAB – Força Aérea Brasileira – o efeito do Daime começou a se manifestar, e Gil “captara conteúdos indescritíveis na presença dos militares”. [4]

Era época de Ditadura Militar e a classe artística e intelectual brasileira estava sendo duramente perseguida, os próprios artistas baianos Gil e Caetano seriam logo após presos e “convidados” a se retirarem do Brasil.

Sob efeito do Daime Gilberto Gil sentiu glauberianamente “como se tivesse entendido o sentido último do momento de nosso sentido como povo, sob a opressão autoritária”.. . e mesmo sob o medo que então os militares provocavam.. . sentia que podia “amar, acima do temor e de suas convicções ou inclinações políticas, o mundo em suas manifestações todas, inclusive os militares opressores”. [5]

A mensagem crística chegava assim ao coração do artista, apesar de todas as perseguições e temores: “Amai a vossos inimigos”.[6] Era o Daime operando…

Depois dessa experiência solitária no vôo Rio-São Paulo, Gilberto Gil reúne um grupo de amigos no apartamento do compositor Caetano Veloso e propõe que todos fizessem uma “viagem” em conjunto. Seguindo a recomendação do Carlos Marques, Gil serve a cada um dos presentes pouco mais de meio copo.[7]

Conta Caetano: ” a beberagem espessa e amarelada tinha gosto de vômito, mas não me causou náuseas”.[8] A partir daí, a verve inspirada do poeta baiano transmite um interessantíssimo depoimento das visões e percepções do que via e sentia, da vida que percebia nos objetos inanimados, “a história de cada pedaço de matéria” de um prosaico carpete de náilon do seu apartamento, por exemplo…

Ao som do rock progressivo do Pink Floyd, no limite exíguo do vigésimo andar de um edifício paulistano, dá-se o experimento:

“Sandra (mulher de Gil) entrava e saia do quarto do som com os olhos duros e o rosto sério. Ela estava assustada. Eu a achava parecida com um índio. Gil estava com lágrimas nos olhos e falava alguma coisa sobre morrer, ter morrido, não sei. Dedé (mulher de Caetano) circulava pela sala dizendo que se via a si mesma em outro lugar. Eu fiquei muito feliz de observar que as pessoas eram tão nitidamente elas mesmas… Uns pontos de luz coloridos surgiram no espaço ilimitado da escuridão… Formas circulares eram compostas por lindos pontos luminosos dançantes. Aos poucos eu sabia quem era cada um desses pontos luminosos. E em breve eles de fato se mostravam como seres humanos. Eram muitos, de ambos os sexos, todos estavam nus e tinham aspecto de indianos. Essas pessoas dançavam em círculos de desenhos complicados, mas eu não só podia entender todas as sutilezas dessa complicação como tinha tranqüila capacidade de concentração para saber sobre cada uma das pessoas tanto quanto eu sei de mim mesmo ou de meus próximos mais amados”.[9]

É dito que da(s) experiência(s) com o Daime, particularmente experiências pico como esta, de Gilberto Gil (“Gil… falava alguma coisa sobre morrer, ter morrido”..) surgiram belíssimas canções do seu cancioneiro, tal como “Se eu quiser falar com Deus”.

“Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz

Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou

Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar

Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada , nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar “[10]

(Ouçam Se Eu Quiser Falar Com Deus – Elis Regina – Capela Disponível em http://br.youtube.com/watch?v=tWuQc7W0O-A

Em êxtase Caetano mirava os seus “anjos indianos” nessa “experiência celestial”.

“Eu alternava – com abrir e fechar os olhos – observação do mundo exterior e vivência desse mundo de imagens que se tornava cada vez mais denso… aos poucos eu reconhecia que os seres vistos com os olhos fechados eram indubitavelmente mais reais do que meus amigos presentes no quarto do som ou as paredes desse quarto e os tapetes”.[11]

Com a consciência expandida pela miração, Caetano conhece outra concepção de espaço, diferente da corriqueira e “precária convencionalidade” ; o “tempo era igualmente criticado por essa instância mais alta em minha consciência lúcida: com benevolência e sem nenhuma angústia, eu sabia que o fato de estar vivendo aquele momento era irrelevante diante da evidência de que eu já tinha – ou teria – nascido, vivido e morrido – e também jamais existido -, embora a percepção do meu eu naquela situação fosse uma ilusão inevitável”.[12]

O artista santamarense continua inspiradamente a narrar a sua experiência – da qual recomendamos a leitura atenta, pois não é possível transcrevê-la toda aqui – e quem discursa é também o antigo estudante de filosofia da Universidade da Bahia: diante da representação da “idéia de Deus” diz não saber se teve “o súbito retraimento de quem aprendeu que a face do Criador não pode ser contemplada. ..” Surge então a dúvida no coração de quem vivenciava um extraordinário momento extático, e ao ser levado por Dedé para se olhar no espelho do banheiro, ver seu rosto “de sempre” após toda essa experiência… passou então a ter a certeza “de que estava louco”. Porém “esse eu que tinha tal certeza era como que indestrutível: esse não fica louco, não dorme, não morre, não se distrai”…

Quão bela experiência.. . vemos que foi revelada a Luz do Daime a este sensível poeta e compositor baiano e o merecimento de se ver como espírito, a vislumbrar a sua essência – que é Divina, como a de todos nós.

Inebriado do divino e maravilhoso que é Deus, brincando com as dúvidas filosóficas a la Rogério Duarte, futuro devoto hare krishna: “Eu não creio em Deus, mas eu vi!” ou ‘É óbvio que Deus não existe, mas a inexistência de Deus é apenas um dos aspectos de sua existência”… parodiando Nietzsche Caetano vai bradar para todo o Brasil: “Deus está solto!” sob as vaias da apresentação festivalesca do seu “É proibido proibir”.

Dessa vivência transcendental, Caetano reflete assim: “… por mais de um mês eu me senti vivendo como que um palmo acima de tudo o que existe. E por mais de um ano certos resquícios específicos se mantiveram. Na verdade, algo de essencial mudou em mim a partir daquela noite”.

“Quem é ateu e viu milagres como eu
Sabe que os deuses sem Deus
Não cessam de brotar, nem cansam de esperar
E o coração que é soberano e que é senhor
Não cabe na escravidão, não cabe no seu não
Não cabe em si de tanto sim
É pura dança e sexo e glória, e paira para além da história

Ojuobá ia lá e via
Ojuobahia
Xangô manda chamar Obatalá guia
Mamãe Oxum chora lagrimalegria
Pétalas de Iemanjá Iansã-Oiá ia
Ojuobá ia lá e via
Ojuobahia
Obá

Quem é ateu…”

Voltando ao comecinho da nossa história… pois não é que o jornalista Carlos Marques retornou ao Acre após quase 40 anos? Ao final de uma audiência com o então governador Jorge Viana, este perguntou ao jornalista se ele já conhecia o Acre. Marques contou o que já narramos, e para sua surpresa o governador Jorge Viana mostrou ao jornalista o convite que recebera para participar dos festejos dos 50 anos de casamento do Mestre Raimundo Irineu Serra com a Madrinha Peregrina Gomes Serra, dignatária do Centro de Iluminação Cristã Luz Universal – CICLU Alto Santo, no dia seguinte, 15 de setembro de 2006. E convenceu o jornalista a permanecer mais um dia no Acre.

Marques reencontrou a Madrinha Peregrina Serra, viúva de Irineu Serra, a quem pediu desculpas pelo conteúdo ofensivo que sua reportagem ganhou na edição da revista Manchete, pois esta publicou então várias páginas com a reportagem, onde prevaleceu na edição a versão do bispo de que se tratava de uma seita diabólica. “Foi a primeira entre tantas a desagradar Irineu Serra e seus seguidores”.[14]

- Eu não podia revelar que havia encontrado Deus – disse Carlos Marques.
Na noite de 30 de abril de 2008, na sede do CICLU Alto Santo, foi realizado um evento oficial no qual a Fundação Elias Mansour do Estado do Acre, Fundação Garibaldi Brasil do município de Rio Branco e representantes dos centros que integram os três troncos fundadores das doutrinas ayahuasqueiras (Santo Daime, Barquinha e União do Vegetal), que solicitaram ao ministro Gilberto Gil, da Cultura, que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) instaure o processo de reconhecimento do uso da ayahuasca em rituais religiosos como patrimônio imaterial da cultura brasileira.

O evento foi prenhe de êxito e um marco histórico do universo ayahuasqueiro brasileiro. No discurso de encerramento desta função religiosa de 30 de abril de 2008, já sem a presença das autoridades constituídas (ministro, governador, secretários de estado e políticos em geral), o orador oficial do CICLU – Alto Santo lembrou da singela história do jornalista Carlos Marques, concluindo que (palavras minhas, registro de memória): o Mestre Irineu, sabedor do passado, presente e futuro do jornalista Carlos Marques, excepcionalmente presenteou o jornalista com uma garrafa de Daime para que este a fizesse chegar as mãos do cantor Gilberto Gil, que a tomasse e conhecesse, para que, passados quase 40 anos, viesse ao Alto Santo na condição de ministro de Estado interceder por tornar a ayahuasca patrimônio imaterial da cultura brasileira.

Caetano falando no programa do Jô


Lucélia Santos
Entrevista de 1989


Importante salientar que sempre haverão publicações similares a esta, visto que qualquer assunto polêmico que gere algum tipo de atenção é alvo deste tipo de pessoa e/ou instituição. É uma maravilha poder viver em um mundo com tão variadas opiniões e em uma sociedade onde é possível manifestar qualquer coisa, por mais desprovida de razão que seja. Quem comunga Ayahuasca, goza dos mesmos direitos da liberdade de expressão de quem manifesta em suas palavras falta de respeito e desconhecimento completo do assunto. Cabe a quem lê qualquer matéria sobre o assunto, a responsabilidade em se informar e jamais aceitar por verdade palavras das "personalidades formadoras de opinião". A cada dia que passa se faz mais necessário desenvolver um senso crítico próprio, que nos habilite fugir do "comportamento de boiada" apoiado nas percepções distorcidas de "analfabetos funcionais".

Peterson Motta Ruda

Matéria original:

#desafiogratidão2015
#dia032
#flaviamelissa
#vivisawaking
Gratidão por eu amar tudo o que faço!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Reflexões sobre a morte



Sabe gente, ontem aconteceu que um médico-amigo da minha irmã foi encontrado morto em seu apartamento, teve uma parada cardíaca e faleceu com seus cinquenta e poucos anos, ou seja, foi dormir vivo e amanheceu morto.
Semana passada aconteceu também com uma coleguinha do meu filho, em uma semana ela teve uma pneumonia, complicações e faleceu aos 11 anos de idade...
Dai me pergunto:
Porque a a criança de 11 anos e não a idosa que está sofrendo numa cama pedindo a morte?
Não, não existe uma lógica racional para isso.
A vida é um presente e não é tão difícil entender isso, mas e se a morte também for um presente ??? 
Desejaria privar quem amo desse presente ou aceitaria contente quando fossem "presenteados"???
Penso que estou longe de enxergar as coisas nessa perspectiva...
Uma vez li algo que falava assim:
A vida é como um piquenique em uma tarde de domingo...não dura muito tempo.
Ao invés de ficarmos discutindo onde colocar a toalha, quem vai ficar com a coxa do frango, quem vai sentar em que canto... deveríamos curtir a paisagem, o perfume das flores...quanto desperdício! Mais cedo ou mais tarde o tempo fecha, a tarde cai e o piquenique acaba e tudo o que fizemos foi ficar discutindo e implicando com tudo e todos.
Perdemos a oportunidade...
Bom, enquanto não consigo entender o presente da morte, fico com o presente da vida tendo em mente não desperdiçar nenhuma oportunidade. 
Segue abaixo um trecho de um texto do Olsho que fala sobre isso.
Beijos no coração

Namastê

Osho, The Art of Dying, Talk #1
A morte é uma parte da vida, orgânica e integral e é muito amigável com a vida. Sem ela a vida não poderia existir. A vida existe por causa da morte, a morte dá a sustentação. A morte é, de fato, um processo de renovação. E a morte também acontece a cada momento, como a vida acontece, porque a renovação é necessária a cada momento. No momento em que você inspira e no momento que você expira, ambas acontecem. Inspirando, a vida acontece, expirando, a morte acontece. Por isso, quando uma criança nasce, a primeira coisa que ela faz é inspirar, então a vida começa. E quando um homem velho está morrendo, a última coisa que ele faz é expirar, então a vida se afasta. Expirando é a morte, inspirando é a vida – e ambos são como duas rodas de um carro de boi. Você vive pela inspiração na medida em que você vive pela expiração. A inspiração é a parte da expiração. Você não pode inspirar, se você parar de expirar. Você não pode viver se você parar de morrer. O homem que compreende o que é a sua vida, permite que a morte aconteça, ele a acolhe. Ele morre a cada momento e em cada momento ele ressuscita. Sua vida e sua ressurreição estão continuamente acontecendo como um processo. Ele morre para o passado a cada momento e que ele nasce de novo e de novo para o futuro.
Se você olhar para a vida, você será capaz de saber o que é a morte. Se você entender o que é a morte, então você é capaz de entender o que é a vida. Eles são orgânicos. Normalmente, por medo, criamos uma divisão. Nós pensamos que a vida é boa e a morte é ruim. Nós pensamos que a vida tem deve ser desejada e a morte deve ser evitada. Achamos que de alguma forma temos que nos proteger contra a morte. Esta idéia absurda cria misérias infinitas em nossas vidas, porque uma pessoa que se protege contra a morte torna-se incapaz de viver. Ela é a pessoa que tem medo de expirar, então ela não pode inalar, então ela está presa. Então ela simplesmente afunda, sua vida já não é um fluxo, a sua vida não é mais um rio.
Se você realmente quer viver você tem que estar pronto para morrer. Quem tem medo da morte em você? É a vida com medo da morte? Isso não é possível. Como a vida pode ter medo do seu próprio processo integral? Outra coisa  é que provoca tem medo em você. O ego tem medo em você. Vida e morte não são opostos; ego e morte são opostos. Vida e morte não são opostos; ego e vida são opostos. Ego é contra a vida e a morte. O ego tem medo de viver e o ego tem medo de morrer. Ele tem medo de viver, pois cada esforço, cada passo em relação à vida, traz a morte para mais perto.
#desafiogratidão2015
#dia031
#flaviamelissa
#vivisawaking

Hoje agradeço por estar começando a levar a vida de uma forma mais light.
Com menos preocupação
mais alegria.
mais risadas
mais leveza
mais sinceridade
mais amor...
Gratidão


quarta-feira, 24 de junho de 2015

10 Things You Should Know Before Your First Ayahuasca Ceremony



"Life down here is just a strange illusion."
Iron Maiden, "Hallowed Be Thy Name"
Hats off to Bob Morris for his ruthlessly whitebread, antiseptic article in the Sunday Styles section of the New York Times!

Glamorizing ayahuasca with celebrity quotes and citing the LA Weekly in calling it "exceedingly trendy" is irresponsible on so many levels!

How someone managed to whittle an enlightening, transformational healing experience down to an anti-smoking advertisement is truly remarkable! Using ayahuasca to stop smoking would be like using the Hadron Subatomic Particle Collider to make Jello, like using mindfulness to toilet train a baby, like buying a Ferrari because you like the cupholder.

For anyone considering partaking in a such a journey:

10. Your intention should be that you wish to experience the divine, the infinite, Mystery - whatever you choose to call "it," the "other" as Slavoj Zizec refers to it - that which is beyond the limited perspective of your mind.

9. Accept that the divine/infinite/Mystery cannot be experienced in a way that will make sense to your brain; the divine is infinite; your brain is finite. Trying to cognitively grasp the infinite is like trying to pour the ocean into a thimble.

8. Be aware that you may not enjoy the information that the divine/infinite/Mystery chooses to share with you. However - even if you are a "Born-Again Atheist," as Gore Vidal referred to himself - you will probably learn a great deal about the fleeting concepts you currently refer to as "My Life," "My Self," "My Beliefs," "My Relationships" and "Reality."

7. Each time you experience the divine/infinite/Mystery will be different - each experience is akin to a drop in the ocean.

6. The experience will be ineffable, beyond any language, and trying to put it into words will be daunting.

5. "10 years of therapy downloaded in a night" seems to be a fairly universal analogy to convey one of the outcomes. You may wish to take this into consideration before you make plans to attend the Knicks game the following afternoon.

4. The "icaros" (songs) are an integral part of the ceremony and through them you may gain a greater appreciation of the power of music.

3. If you do not adhere to a "dieta" (diet) before the ceremony, the plants will assist your body in ridding itself of the chemicals, salt, sugar, alcohol, caffeine, flesh and other toxins and impurities that you have crammed into it. This is commonly known as purging. If your body (including the subtle energy body) is clean, there will be nothing to purge.

2. Ayahuasca should not be used recreationally nor do I believe should be considered a hallucinogenic because...

1. One may realize that everything perceived through the five senses and assimilated by the mind (including afflictions, addictions, prejudices, etc.) is contrived. Ponder this: is it possible that plant medicine allows one to open "the doors of perception" - as William Blake and Aldous Huxley described - temporarily shed the subjective self, "realize" or merge with the infinite "other," and thus gain a fresh outlook on mundane reality (subsequently inspiring one to curb afflictions, addictions, and prejudices)?

Anyhow, before you endeavor on your first journey, I have been told that you should be wary of the bevy of unqualified people currently pouring plant medicine; be quite certain that your shaman is bonafide as you will be entrusting him or her with your psychological and emotional well-being when you experience your mind deconstruct and reconstruct itself. Yes, once the mind is shattered or "broken open" as Daniel Pinchbeck calls it, one may encounter what Mister Morris refers to in his article as "bipolarity and schizophrenia," but maybe, just maybe - as R.D. Laing posited - reality OUT THERE (outside of our individual, subjective perceptions) is amorphous and not as linear, rational, well-defined, or comprehensible as our minds are wont to believe.

I would be remiss if I failed to mention that, personally, I have never tried a hallucinogenic and doubt I ever will; to me there is something uniquely unappealing - from what I have been told - about hallucinating - it seems like a wasteful and potentially dangerous distraction; similarly, professionally - as a Licensed Psychotherapist and Licensed Professional Counselor - after treating many patients who damaged their brains using drugs recreationally, I do not advocate trying any Schedule 1 controlled substances. However, for anyone who is considering embarking on an ayahuasca ceremony I strongly suggest extensively researching the pros and cons, and refraining from buying into the glib perusal offered in the New York Times "Styles" Section last Sunday.

Nobody who has ever drunk ayahuasca would report back that it's a fucking "style!"

Lastly, it is not a coincidence that people interested in those crazy, New Age "fads" such as yoga and meditation would gravitate towards plant medicine, for yoga and meditation were originally devised and designed to guide practitioners beyond their thinking minds and experience the divine/infinite/Mystery.

One mountain, many paths.