sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Aprendizados de 2015



Oi gente,

Antes do vídeo, quero deixar pra vocês queridos leitores do meu blog, uma linda mensagem que encontrei numa história de um autor desconhecido:


" Há pouco tempo, estava no aeroporto e vi mãe e filha a despedirem-se.
Quando anunciaram a partida, elas abraçaram-se e a mãe disse:

- Eu amo-te. Desejo-te o suficiente.

A filha respondeu:

- Mãe, a nossa vida juntas tem sido mais do que suficiente. O teu amor é tudo o que sempre precisei. Eu também te desejo o suficiente.

Elas beijaram-se e a filha partiu.

A mãe passou por mim e encostou-se à parede.

Pude ver que ela queria, e precisava, de chorar.

Tentei não me intrometer nesse momento, mas ela dirigiu-se a mim e perguntou:

- Já se despediu de alguém sabendo que seria para sempre?

- Já - respondi. - Desculpe a pergunta, mas por que foi um adeus para sempre?

- Estou velha e ela vive tão longe daqui! Tenho desafios à minha frente e a verdade é que a próxima viagem dela para cá, será para o meu funeral.

- Quando estavam a despedir-se, ouvi que lhe disse: "Desejo-te o suficiente". Posso saber o que isso significa?

Ela começou a sorrir.

- É um desejo que tem sido passado de geração em geração na minha família. Os meus pais costumavam dizer isso a todos.

Ela parou por um instante e olhou para o alto como se estivesse a tentar lembrar-se dos detalhes e sorriu mais ainda.

- Quando dizemos "Desejo-te o suficiente", estamos a desejar uma vida cheia de coisas boas o suficiente para que a pessoa se ampare nelas.

Então, virando-se para mim, disse como se estivesse a recitar:

- Desejo-te sol o suficiente para que continues a ter essa atitude radiante.
- Desejo-te chuva o suficiente para que possas apreciar mais o sol.
- Desejo-te felicidade o suficiente para que mantenhas o teu espírito alegre.
- Desejo-te dor o suficiente para que as menores alegrias na vida
  pareçam muito maiores.
- Desejo-te que ganhes o suficiente para satisfazeres os teus pequenos
  desejos materiais.
- Desejo-te perdas o suficiente para que aprecies tudo o que possuis.
- Desejo-te "olás" em número suficiente para que chegues ao adeus final.

Ela começou então a soluçar e afastou-se.


Dizem que leva um minuto para encontrar uma pessoa especial, uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la, mas uma vida inteira para esquecê-la.

É isso que desejo à todos vocês companheiros de jornada

Desejo exatamente o suficiente a cada dia para conseguirmos despertar nossas consciências adormecidas .

Um beijo no coração

Namastê






Para refletir:

“O PROBLEMA É VOCÊ, A SOLUÇÃO É VOCÊ”, POR SWAMI DAYANANDA


Trecho da entrevista de Swami Dayananda Saraswati, um dos maiores mestres do Vedantana Índia, ao projeto Intuition, para Jeffrey Mishlove, sobre o tema da auto-aceitação. A frase-título do post é uma das respostas contidas na entrevista mas também é o título de um livro de Swami Dayananda, “The Problem Is You, The Solution Is You“.

MISHLOVE: Prazer estar com você. Você sugeriu que todas as nossas atividades humanas são motivadas por uma falta de auto-aceitação — uma busca por plenitude, uma luta para ser algo que nós pensamos que não somos.

 DAYANANDA: Sim, é verdade. É evidente na busca de todos, sejam indianos ou americanos, homens ou mulheres, jovens ou velhos. Você vê que sempre há um esforço da parte de todos para serem diferentes do que somos, do que é. E essa tentativa de ser diferente surge de uma auto-não-aceitação: não está tudo bem comigo, então tenho que ser diferente. E pra ser diferente, tentamos manipular as situações de acordo com nossos próprios gostos e desgostos, para que nós possamos nos aceitar. Portanto, todo o tempo buscamos auto-aceitação. Este problema é o problema fundamental; eu vejo como o problema fundamental. Por isso a solução está em si mesmo, e não pode estar em outro lugar. Porque se eu sou o problema, porque eu não sou aceitável pra mim mesmo é o problema, então eu sou o problema. Se eu sou o problema, então ninguém mais será a solução. Eu sou a solução. Então, se eu sou o problema, eu deveria ver que eu sou aceitável para eu mesmo. Se nós pudermos ir além nisso, qualquer pensamento positivo não irá me ajudar, porque pensamento positivo às vezes é bom, mas valida o pensamento negativo. O que eu não tenho é tão verdadeiro quanto o que eu tenho. Então se eu olhar para eu mesmo com referência ao que não tenho, ao que quero ter, então fico deprimido. Por isso, qualquer mudança na minha parte não vai me mudar fundamentalmente, porque se eu sou um ser limitado na minha visão, e qualquer mudança que eu faça, qualquer embelezamento pessoal ou mudanças externas que eu realize, eu ainda me verei como um ser limitado. É simples – como uma soma finita mais uma soma finita é sempre uma soma finita.

MISHLOVE: Em outras palavras, quando definem objetivos, digamos, “Se ao menos eu tivesse um novo paletó, tudo estaria bem. Se ao menos eu tivesse reformado a casa, as coisas estariam perfeitas”.

 DAYANANDA: Sim, verdade. E uma vez remodelada a casa, alguma outra coisa aparece. Então o problema não é exatamente o que me falta. A falta é o problema. O problema é o meu querer. O que eu quero difere de pessoa pra pessoa, então minha própria educação, minhas próprias necessidades, e meus próprios gostos e desgostos determinam exatamente o que eu quero. O problema é que eu quero, e este problema não vai ser resolvido preenchendo esses quereres. E por isso, se eu sou uma pessoa finita, uma pessoa limitada, que quer, não importa que mudança eu traga pra minha vida, vou continuar querendo todo o tempo. Então o processo de “se tornar” não vai me ajudar. É o que eu disse — uma soma mais uma soma finita é sempre uma soma finita.

MISHLOVE: Parece mais que um problema. Parece o que eu chamaria de um dilema; somos presos ao tempo, de uma maneira. Você usou a palavra “se tornar”. Estamos sempre “nos tornando”. Parece que existencialmente não há saída.

DAYANANDA: Não há saída, então ou nós aceitamos nosso desamparo, e aceitamos nossa parte e vamos buscar, ou olhamos para nós mesmos de maneira diferente. Talvez só exista uma solução possível. Se através de uma mudança eu não vou parecer diferente na minha própria visão, na minha própria luz, em minha auto-estima, talvez eu esteja olhando pra mim de maneira errada. talvez eu não queira nada. Olho pra mim erradamente, e então tento resolver um problema que não existe. Por isso o Vedanta é isso — quer que você olhe pra você mesmo, re-examine você mesmo. Então você presume o problema, e logo depois começa a resolvê-lo. Essa própria pressuposição é questionada: Estou eu querendo? Então você questiona a noção mais fundamental sobre você mesmo — estou eu querendo?

MISHLOVE: Está realmente faltando algo a mim, ou é parte da ilusão?


DAYANANDA: Sim. Ilusão ou noção errada, para usar uma expressão mais simples. Pode ser apenas um erro. Posso estar olhando pra mim mesmo erradamente, posso ter me tomado por dado (“taken for granted”, uma expressão não fácil de traduzir, mas que considera uma coisa como existindo permanentemente na rotina, sem muita análise ou reconhecimento dada a ela). Porque nós descobrimos durante os anos, em nossas vidas, todos aprendemos a questionar qualquer coisa que venhamos a saber, seja por percepção ou inferência, porque nós queimamos nossos dedos ao tirar conclusões, e ao descobrir que nossas conclusões estavam erradas, e então nos tornamos muito muito precavidos, tomamos tudo com um grão de sal. E sempre há a probabilidade; o conceito da probabilidade governa nossas buscas por conhecimento, o que é muito saudável. Mas quando é sobre nós mesmos, todos nos tomamos por dados, porque achamos que a única coisa que é auto-evidente, e tudo o mais é evidente pra mim.

Extraído do site:
http://thesecret.tv.br/2015/12/o-problema-e-voce-a-solucao-e-voce-por-swami-dayananda/

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