sábado, 7 de fevereiro de 2015

Somos todos filhos de Deus

Por Juliana Jurokawa


Vocês já pensaram a respeito da afirmação de que somos todos filhos de Deus? Mas o que está por trás dessa grande verdade? Essa é a afirmação que deveríamos fazer a nós mesmos todos os dias, porque nela está a chave de toda nossa existência.

Vamos tentar conceituar através daquilo que já conhecemos. Isso é muito importante, já que nossa percepção do mundo está intimamente ligada ao limite do nosso conhecimento. Como explicar para uma criança de dois anos o funcionamento de uma máquina de lavar? Porém, esta mesma criança já faz muitos ensaios para tentar expressar, verbalmente, o que ela sente. Ela provavelmente já tem os seus alimentos preferidos, já aprendeu a andar e a chamar as pessoas que considera mais importantes em sua vida. Pois bem, sua compreensão está limitada aquilo que ela já começou a assimilar e, aos poucos, seu conhecimento se expande mais e mais.

Bem, toda vez que nasce uma criança, associamos imediatamente ao pai, à mãe, à avó, ao avô e até mesmo parentes mais distantes. Mal a criança chega ao mundo e já surgem os comentários: “Nossa, é a cara do pai! O nariz é da mãe!”  Conforme a criança vai crescendo e começa a manifestar sua personalidade, os comentários mudam: “A carinha é do pai, mas o gênio forte é da mãe!”.

A verdade é que esses comentários fazem todo o sentido. Nossos ancestrais compartilharam conosco suas características genéticas. E herdamos não apenas as características físicas, como aparência e tendências ou doenças congênitas, mas nos são transmitidas as características mais marcantes de nossos antepassados, assim como suas histórias de vida e a maneira como eles enxergam o mundo.

Agora retomemos um pouco ao conceito que temos de criação. Santos Dumont, apesar de toda a controvérsia que existe sobre o tema, sonhava em voar. E, através de seu sonho, criou o avião. Sua criação traz consigo seus sonhos, sua determinação, seus conhecimentos científicos, o tempo que ele dedicou a ela. Todas as vezes em que olharmos ou utilizarmos esse meio de transporte, de alguma forma, sabemos que estamos nos beneficiando não só dele, mas de todas as pessoas que desenvolveram a ideia mais tarde. Sua criação tem impressa, em si, sua história de vida.

E quando, na escola, estudávamos sobre tantos pintores e tínhamos que definir a quem pertencia uma determinada obra? Analisávamos os traços, o que era retratado, a maneira como era retratada e logo podíamos associar uma obra ao seu criador. O simples ato de observar uma obra e o conhecimento necessário nos levavam à conclusão. Ah! O conhecimento, lembram-se?

E quando estamos diante de nós mesmos, será que reconhecemos nosso Criador?  Sabemos identificar que possuímos, em nosso íntimo, Seu DNA impresso em nossas células, em nossa alma, em nosso espírito? E se Deus tem a capacidade de criar, não seria ao menos questionável se somos dotados do mesmo poder? Da mesma força? E se Deus é amor infinito? Não seríamos nós, Sua criação, capazes de amar infinitamente?  E por que temos tanta dificuldade de amar, a começar por amar a nós mesmos?

Tem uma música que gosto muito que diz: “se filho de peixe, peixinho é. E os filhos de Deus o que são?” Já nos fizemos essa pergunta buscando, sinceramente, uma resposta? Por que, de acordo com a limitação de nossa percepção, associamos tantas criações a seus criadores e nos esquecemos da maior das criações? Maior, não no sentido de importância, pois todos os seres são únicos, unoe o mesmo aos olhos de Deus, mas porque se trata de nosso próprio ser.

Somos aquilo que acreditamos serPor isso é sempre tão importante buscarmos o conhecimento, pois o limite do que acreditamos que somos é aquilo que conhecemos.Como pode um bebê acreditar ser um grande cientista se ele, nem ao menos, sabe o que é a ciência? Ele vive e experimenta a ciência todos os dias, mas não conhece aforça que está atuando em sua vida.

Todas as situações que vivemos são criadas por nós mesmos. Tudo o que é vivido, experimentado, sentido ou percebido é criado por você mesmo. Possuímos o poder criador dentro de nós mesmos, por termos sido feitos à imagem e à semelhança de nosso Criador.

Imagine um beija-flor com todo seu esplendor, sua beleza, sua rapidez, agilidade e sua leveza. Imagine que esse mesmo beija-flor tente, todos os dias, se convencer de que ele é uma lagartixa. E, aos poucos, ele começa a acreditar em suas afirmações e seus movimentos vão se limitando mais e mais. Ele começa a rastejar e a comer insetos, viver pelos cantos da casa. Sua crença é tão poderosa que o limita desta forma. Mas, por mais que ele acredite que ele seja uma lagartixa, ele nunca deixou de ser beija-flor. E, a partir do momento em que ele olhar para si e se reconhecer como tal, sua capacidade de voar e de encantar estará ali, pois ela nunca deixou de lhe pertencer. Suas características lhe são inatas. E, assim que ele olhar para suas asas, pode voar imediatamente. Pode viver como um verdadeiro beija-flor, pode cumprir sua missão.

Pois é isso que fazemos conosco todos os dias. Tentamos convencer um filho de Deus de que ele não é capaz de criar sua própria felicidade. Não reconhecemos em nós mesmos o poder criador e amor infinito de nosso Pai. Limitamos em nossa crença de que somos incapazes, de que não somos dignos de receber apenas graças e felicidade. Sabe aquela frase: “não mexe com ele, porque ele é filho do delegado!”? Então, não mexam conosco, pois somos filhos de Deus! Não ofenda um irmão, pois você estará ofendendo um filho de Deus. E, com isso, estará ofendendo a si mesmo. 

"A primeira premissa é: Deus só te dá felicidade. Isso poderia ser falso, é claro, mas para que o fosse, seria preciso definir Deus como algo que Ele não é. O Amor não pode dar o mal e o que não é felicidade é mal. Deus não pode dar o que Ele não tem e Ele não pode ter aquilo que Ele não é. A não ser que Deus te dê só felicidade, Ele não pode deixar de ser mau. E é nessa definição de Deus que estás acreditando se não aceitas a primeira premissa." Um Curso em Milagres.

Portanto, o fato de não sermos felizes indica que não acreditamos, de maneira sincera, nessa afirmação tão simples: somos todos filhos de Deus. Devemos olhar para nós mesmos e saber a diferença entre aquilo que acreditamos ser e o que de fato somos. O fato de não reconhecermos todo o poder criador que possuímos não diminui em nada o que somos. Quando deixarmos a nossa crença de que somos lagartixas e nos reconhecermos lindos e maravilhosos beija-flores, alçaremos voos e cumpriremos plenamente a nossa missão de sermos felizes e amarmos infinitamente.

Lembre-se sempre que não se pode desassociar o criador de suas criações.

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