quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Oásis Interno




por Juliana Kurokawa

O Oásis Interno

Há pouco ouvi o conceito de que a única maneira de sermos felizes em um mundo de ilusão é através do reconhecimento de que não estamos aqui. Mas o que significa isso na prática?

Todos nós já vivenciamos alguma situação onde uma pessoa com uma idade mais avançada tem um ímpeto incontrolável de nos contar a sua vida. E, geralmente, essas pessoas têm uma fala lenta, pausada, voz macia! É inevitável, em determinado ponto da conversa, começamos a sentir um sono... E aí a mente divaga, vamos, em nosso interno, literalmente para um outro lugar.

No geral, começamos a pensar nas coisas do “mundo”. Lembramos das contas para pagar, pensamos se irá chover, ou até mesmo: “onde eu fui amarrar meu burro?” O fato é que, por mais que nos esforcemos, existe sempre algum ponto da conversa que foge da nossa atenção, pois, no momento em que nos foi contado, estamos mentalmente em outro lugar.

Vamos nos atentar ao que acontece nesses momentos. Vocês concordam que, se ao invés de uma história, se a pessoa estivesse emitindo alguma crítica contra nós, nós só ouviríamos e sofreríamos os seus efeitos se assim escolhêssemos?  Não seriam os momentos de “ausência de atenção” nossas escolhas entre as coisas que queremos ou não ouvir? E não seria tudo o que ouvimos e vemos com a nossa audição e visão físicos frutos das escolhas que fazemos também?

Então, não seria essa uma constatação de que não estamos no lugar que pensamos estar?

Todas as vezes em que estamos interagindo com alguém, vários pensamentos, sentimentos e mecanismos internos são acionados. Não nos damos conta disso, mas todos eles funcionam em decorrência de escolhas que fizemos.

O mundo que enxergamos não seria apenas o reflexo de todas as escolhas que fazemos a todo instante? Seria a nossa visão limitada ao que queremos ver? O fato de desconhecermos uma verdade, não a impede de existir, mas nos impede de reconhece-la. 

Não seria tudo o que percebemos do lado de fora um mero reflexo do que carregamos no interno? E não é uma grande controvérsia projetarmos o que carregamos nosso interno no externo e depois sofrer as consequências do que está aparentemente acontecendo lá fora?

Quando nos magoamos ou nos ofendemos com algo dito ou feito por alguém que enxergamos do lado de fora, não seria isso apenas uma decisão de dar poder a algo externo de definir como nos sentimos no interno? E se, ao invés disso, reconhecêssemos que podemos, a qualquer instante, reconhecer que o mundo real está dentro de nós mesmos?

E se, ao invés de buscarmos a felicidade do lado de fora, pudéssemos compreender que podemos recorrer à nossa própria mente e escolher um estado de paz profunda, de onde não percebemos a dor, o sofrimento e nem a culpa?

E, quando não sofremos os efeitos do que está aparentemente acontecendo do lado de fora não estaríamos, desta forma, anulando a sua causa? É possível que exista uma causa sem efeitos? Se conseguíssemos, a partir deste estado de paz, observar os personagens que se movimentam diante de nossos olhos físicos e entender que, em nossa mente, nosso verdadeiro lar, nada está acontecendo, poderíamos entender que a única maneira de ser feliz é reconhecendo que não estamos nesse mundo de ilusão.

Quando eu reconheço que qualquer ataque vindo de qualquer irmão é, na verdade, um pedido de amor, um pedido para que eu o lembre de que ele é o Filho de Deus, digno de todo Amor e, se esses ataques não tiram a minha paz, então eu elimino o efeito e, sem efeito, não há causa.

Nesse caso, eu perdoo por entender que, se o ataque não tem efeito sobre mim, ele nunca existiu e me perdoo pela percepção equivocada do ataque. Eu não foco mais em mudar o comportamento da outra pessoa, mas apenas em mudar a interpretação da minha mente em relação a ela.

Entretanto, isso não significa que, quando perdoamos as pessoas com quem convivemos, estamos negando o que acontece nesse mundo, mas significa que não mais acreditamos que o que acontece fora de nós é o que nos faz felizes ou tristes. Nós simplesmente abrimos mão de nossa interpretação equivocada de que o que acontece fora de mim tem efeito sobre mim.

Para aprendermos a ser felizes é necessário que compreendamos que nossa felicidade ou infelicidade nunca depende de circunstâncias, situações ou relacionamentos que estejam fora de nós mesmos e sobre as quais não temos controle algum. É necessário que reconheçamos que nada tem o poder de tirar nossa paz, a paz de Deus.

Podemos usar as nossas experiências diárias como uma sala de aula, onde temos a oportunidade de aprender a lição do perdão, compreendendo que eu perdoo de maneira genuína ao reconhecer que nada do que acontece do lado de fora pode tirar a minha paz. 

É possível experimentar situações que consideramos ofensivas e conseguir observar o que está acontecendo livre de nosso julgamento. Nosso estado mental depende única e exclusivamente de nossa decisão de como interpretamos o que nos acontece.

Isso significa que, em qualquer situação, é sempre possível entender que podemos escolher a paz e recorrer ao nosso oásis interno, onde a serenidade não reconhece a inexorabilidade dos nossos sentimentos. A maneira como nos sentimos é sempre decorrente de como escolhemos nos sentir.


Já que podemos sempre escolher como interpretar o que nos acontece, que tal se usássemos o poder do nosso “oásis interno”, onde podemos estar sempre que quisermos. 

Existe um “lugar” dentro de cada um de nós, um verdadeiro oásis, de onde conseguimos observar o que aparentemente está acontecendo do lado de fora e escolher a paz. A paz é uma escolha e uma prerrogativa de cada um de nós. Então, como seria nossa vida e como nos sentiríamos se a paz fosse sempre a nossa primeira escolha? Estou disposta a começar a tentar e vocês?

#desafiogratidão2015
#dia066
#flaviamelissa
#vivisawaking


Desde que comecei a fazer o UCEM  não to dando folga pro Espírito Santo.
É Ele que está me ajudando nas horas que o "bicho pega", pois não é nada fácil lembrar de ouvir a voz certa num momento desses.
Mas, já percebi seu poder basta chamá-lo.
Gratidão
;)

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