Oi gente,
Hoje tem vídeo da Jú!!!!!!!
Ela traz uma reflexão MUITO BACANA sobre "viver o presente" e cita como isso acontece num ritual com Ayahuasca, perfeito pq. é bem isso mesmo!
Esse post agrega super esse assunto que tanto falo aqui.
Não deixe de ler o texto também!
Beijos no coração
Namastê
Viver o momento presente
por Juliana Jurokawa
Hoje em dia muito se fala sobre
viver o momento presente. Parece que todos estão preocupados em melhorar a
qualidade de vida. E isso acontece em todos os ambientes. É muito clara a
tendência de todos em querer enxergar o ser humano como um ser global, onde os
seus estados mental, psicológico e espiritual importam tanto quanto o seu
estado físico e suas qualificações profissionais, por exemplo. O século XXI tem
sido marcado pelo reconhecimento das várias doenças conhecidas como “doenças da
alma”, que incluem a depressão e a síndrome do pânico.
Nesse sentido, observamos, em
todos os lugares, a busca de muitos terapeutas, escritores, psicólogos e até
mesmo médicos por métodos alternativos, que tentem curar e tratar não só a
parte patológica das pessoas, mas sim a parte que diz respeito ao intangível,
àquilo que nem mesmo conseguimos provar ser verdadeiro e existente.
Apesar de ainda existir muita
pobreza nesse mundo, muitas pessoas atingiram certo nível de estabilidade, onde
elas podem buscar por alternativas que visem o seu bem-estar não só físico como
mental. Há de se convir que, depois de atingirmos todos os nossos objetivos
financeiros e até mesmo aquele de constituir uma família, mesmo que nossa
família seja socialmente considerada uma família perfeita, muitas vezes, ainda
sentimos que nos falta algo e isso nos leva a crer que há algo além de nosso
ser físico que não conseguimos perceber. De certa forma, intuímos que esse Ser
precisa de atenção tanto quanto as outras áreas de nossas vidas.
E, nesse ponto, nos deparamos com
o conceito de viver o momento presente. Mas o que isso significa? Durante muito
tempo, como nos consideramos meros seres físicos e psicológicos, entendemos que
viver o momento presente é estar atento ao que os nossos cinco sentidos nos
contam. Então, partindo-se do princípio de que somos o nosso corpo, seria o
mesmo sentir a temperatura do local, seu odor, ouvir os sons que o povoam,
olhar para cada detalhe e ainda sentir o gosto do que estivermos comendo. Nesse
contexto, viver o momento presente seria manter nossos sensores ligados ao que
estamos captando de nosso ambiente atual.
O que muitas vezes ignoramos é
que a maneira como percebemos algo depende do que acreditamos ser real e ainda
do que sentimos em relação ao que os nossos cinco sentidos capturam. Nossas
emoções desempenham um papel fundamental sobre a atenção que damos às coisas ou
pessoas que nos rodeiam. Isso quer dizer que nossos receptores sensoriais não
nos dão uma imagem pronta, mas funcionam como mediadores de nossa própria
decisão sobre o que vai se tornar um pensamento ao chegar à consciência e o que
vai permanecer inconsciente.
As emoções não só determinam a
maneira como percebemos, mas também têm a capacidade de não ver o que
simplesmente não queremos ver.
Portanto, se construímos a
realidade com elementos de nosso estoque já existente de lembranças, emoções e
associações, como podemos perceber algo novo?
Percebemos que, diante deste fato, tudo o que percebemos depende das
associações e lembranças que temos do passado?
Vamos supor que estejamos
observando um cachorro brincando na grama com uma bola.
A maneira como vamos experimentar o que vemos vai depender de como percebemos um cachorro. Se eu tiver sido atacada por um cachorro em minha infância, vou observá-lo de longe e a emoção presente será o medo e vou me aproximar com precaução. Por outro lado, se eu for uma amante dos animais, vou tentar interagir com ele e percebê-lo com ternura.
A maneira como vamos experimentar o que vemos vai depender de como percebemos um cachorro. Se eu tiver sido atacada por um cachorro em minha infância, vou observá-lo de longe e a emoção presente será o medo e vou me aproximar com precaução. Por outro lado, se eu for uma amante dos animais, vou tentar interagir com ele e percebê-lo com ternura.
E o que isso quer dizer? Nos dois
casos, em nosso senso comum, diríamos que estamos vivendo o momento presente,
onde estamos muito atentos aos movimentos do tal cão, hora visto de maneira
amedrontadora hora amável, dependendo do referencial passado que temos para o
animal. Mas não fica claro aqui que, ao trazermos o nosso referencial do
passado, não estamos de fato vivendo o presente? E o que seria se vivenciássemos
a mesma situação e não tivéssemos nenhuma ideia do que é um cachorro? Não seria
essa a única possibilidade de vivermos o presente, onde, ao invés de tentarmos
prever seus movimentos, nos permitíssemos simplesmente observar e nos
surpreender com os mesmos?
E, já que o que vemos e sentimos,
depende de nosso referencial interno, qual seria a maneira mais adequada de
viver o momento presente genuinamente?
Para viver o momento presente,
precisamos conceber o que somos. Somos seres corpóreos com os seus receptores
sensórios ou somos a mente que interpreta e colore todas as nossas
experiências? E, se formos uma mente, viver o presente não seria observar os
pensamentos que ela contem?
Viver o presente é conseguir
observar e identificar os pensamentos que escolhemos e dão significado ao que
vivemos nesse mundo. Se não podemos
interferir e nem mudar o que acontece conosco e ao nosso redor, não seria a
nossa única e real escolha a maneira como interpretamos o que nos acontece? E
já que tudo o que percebemos segue o pensamento presente em nossa mente, não
seria a maneira mais eficaz de ser feliz: ser vigilante e escolher aqueles que
nos dão a sensação de paz?
Que sentido teria tudo o que
vivemos agora se não pudermos experimentar novos eventos sem o referencial do
passado? Que diferença há entre uma pessoa que você odeia ou que ame entre
qualquer outra pessoa do mundo se você não tiver o seu referencial passado? O
que uma pessoa contra a qual você guarda mágoas está fazendo no momento em que
você lê esse texto? E, ao se recordar dela, você reviveu todas os eventos
passados que fizeram com que você guardasse ressentimentos a respeito dela ou
deu a chance a si mesmo de viver o momento presente e perceber que não há nada
agora que justifique tais sentimentos?
Viver plenamente o momento
presente é não trazer o passado e nem o medo do futuro para o que é percebido.
É estar atento ao pensamento regente em nossa mente. Nossa atitude interna
define a maneira como vamos experimentar o mundo e colore todas as nossas
experiências. E, se quero ser feliz, qual o pensamento que quero escolher como
guia para o agora? Estou feliz com o prisma que tenho escolhido para colorir
minha visão de vida? E, se eu não estiver, como posso estar cada vez mais
consciente de minhas escolhas?
A maneira como escolhemos viver
está intimamente ligada ao que acreditamos ser. Somos receptores de sensações
externas ou uma mente tomadora de decisão? E, como tomadores de decisões,
podemos escolher nossos pensamentos. Como seriam as nossas experiências se nos
propuséssemos a fazer todas as coisas como se estivéssemos fazendo-as pela
primeira vez? Podíamos ao menos começar a tentar...
#dia129
#desafiogratidão2105
Gratidão por entender que todo ataque é um pedido de amor.
Baba Nam Kevalam
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