quarta-feira, 25 de novembro de 2015

SEXO E ESPIRITUALIDADE

Oi gente,

Hoje vamos tratar de um assunto meio que tabu - sexo e espiritualidade, qual a sua visão sobre esse assunto???

Logo abaixo do texto da Jú tem um videozinho meu.

Beijos no coração

Namastê



O que a sexualidade tem a ver com a espiritualidade?

por Juliana Kurokawa

Acho que todos concordamos que, quando o assunto é sexo, fica difícil mantermos a naturalidade. E isso desde a mais tenra idade. Parece que existe algo em nossa memória inconsciente que não nos deixa tratar desse assunto como algo natural. Uma vez a professora de ciências do meu filho comentou que, enquanto ela tratava do sistema respiratório, ninguém prestava muita atenção, migraram para o sistema digestivo e também nada aconteceu. No entanto, foi só falar do sistema reprodutor, que ela contou com vinte e cinco pares de olhinhos atentos e brilhantes, ansiosos por ouvir o que ela tinha a dizer. Brinquei com ela que talvez fosse o caso de começar todo assunto escolar com a palavra “sexo” e assim ela teria a atenção desejada em todos os assuntos.
Brincadeiras à parte, todos nós já passamos por situações em que podemos observar nitidamente o constrangimento das pessoas ao tratar desse tema. Até mesmo quando o assunto é saúde, parece que existem certas partes do corpo que as pessoas preferem banir do vocabulário. Mas, vamos ser honestos? Que diferença faz irmos ao oftalmologista ou ao ginecologista? Ambos são profissionais e escolheram uma parte do corpo na qual se especializar. Então, qual é o problema real? Qual é o constrangimento para tocarmos no assunto?
E esse assunto se torna ainda mais complexo quando envolvemos a espiritualidade. Então, o que a sexualidade tem a ver com a espiritualidade? Nada. Como assim nada?
Antigamente, eu acreditava que todo esse mundo material tivesse sido criado por Deus, mas, hoje em dia, o conceito que me traz mais paz com relação ao nosso Criador é o de que Ele, em Seu puro Amor, não poderia ter criado um mundo tão insano. Nesse sentido, todas as teorias passadas que mantive para tentar tornar a sexualidade algo “sagrado” foram por água abaixo. Se Deus não havia criado o homem e a mulher para que pudéssemos perpetuar a nossa espécie e nos reproduzir, quem havia feito? Sim, ele mesmo: o nosso tão famoso e conhecido ego.
E, nesse aspecto, confesso que devo tirar o meu chapéu para a engenhosidade de nosso velho conhecido. Claro que ter criado corpos para fazer com que nos sintamos seres corpóreos e pecadores já é uma grande obra. Veja bem a complexidade de nossa vida! Nosso corpo nos pede por algo a todo momento. Quando penso sobre esse assunto, me vem a memória aqueles bichinhos virtuais – acho que se chamavam Tamagochi – que tínhamos que alimentar, colocar para dormir, dar banho etc. Quando esquecíamos uma refeição, o pobre do bichinho virtual chorava até conseguir comida ou, na pior das hipóteses, ele morria.
O fato é que, se prestamos atenção à ironia da brincadeira, passamos exatamente pelas mesmas situações com o nosso corpo físico. Temos que alimenta-lo constantemente, eliminar os excessos depois, assear os dentes, lavar o corpo, dormir, acordar, ficar doente, tratar da doença e, mais importante, para tudo isso precisamos de dinheiro. A necessidade de dinheiro nos faz cometer as maiores atrocidades. Ou seja, estamos sempre ocupados em satisfazer as necessidades de nosso corpo e, enquanto isso, nosso verdadeiro Ser quase morre de inanição.
E, então, além de tudo isso, existe a tal busca do prazer sexual. E por que isso gera tanta culpa e por que atrai tanto a atenção das pessoas?
Existem alguns religiosos que têm certeza de que precisam se abster do sexo afim de iluminar-se, mas será mesmo que Deus, Que nem mesmo criou o corpo, está preocupado com o que fazemos com ele? E qual é a diferença entre fazer sexo e respirar? Ou fazer sexo e comer uma bela torta de chocolate? Ou fazer sexo e tomar um delicioso banho demorado?
De uma maneira geral, a diferença fundamental entre qualquer coisa que façamos é o pensamento por trás de nossos atos. Se praticamos sexo com culpa, então estamos escolhendo a escuridão ao invés da luz, ou a culpa ao invés do perdão e isso sim é contra o plano de Deus para a salvação.
Se tentamos nos livrar do desejo que temos, enterrando-o em nosso subconsciente, estamos simplesmente tornando-o uma fonte de culpa e medo. É necessário que olhemos para todos os pensamentos que povoam a nossa mente e uma regra que vale sempre é trazer os pensamentos de culpa à luz e não o contrário, que é o que fazemos quando tentamos esconder esse mesmo pensamento. E também, se nossa vontade vai contra o que a sociedade considera aceitável, deveríamos nos perguntar por que estamos buscando motivos para nos ver como indignos do Amor de Deus.
Entretanto, apesar de não ter significado, não devemos praticar sexo com leviandade. Isso geraria apenas mais culpa, mesmo que de maneira inconsciente. Por outro lado, tentar tornar o sexo uma ferramenta “sagrada” para nos conectarmos com Deus não faz o menor sentido. Se pensarmos no fato de que somos espíritos e não corpos, então, duas mentes podem se unir, mas dois corpos não.
Toda a busca frenética por prazer ou por refrear algum tipo de pensamento, sem que façamos um exame minucioso de nossos pensamentos, tem o objetivo egoico de evitar que olhemos para dentro. Quando paramos de buscar no externo aquilo que podemos encontrar apenas no interno, nossa busca chega ao fim. E, enquanto estamos preocupados em abafar a busca por prazer ou em satisfazer nossos desejos, deixamos de nos ocupar com a única busca que faz sentido, que é compreender que não falta nada ao Ser que somos de fato.
E, no final das contas, existem tantas discussões e especialistas no assunto e nos ocupamos tanto com isso – e com tantas outras coisas do mundo material – e, no fundo, é apenas mais uma maneira que o ego inventou para nos desviar de nosso Ser, de nos fazer sentir que nos falta algo, que devemos buscar lá fora. Por isso, seja qual for o assunto, não há nada no mundo material que deve ser santificado ou satanizado. Tudo é neutro e o que muda é apenas o uso que fazemos de cada coisa. Aquilo que buscamos vai depender do que acreditamos ser: somos seres corpóreos ou seres espirituais? E, assim, o que deveríamos buscar?
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