Uma das grandes dificuldade de quem começa a
meditar é o de conseguir cessar a quantidade de pensamentos que começam a
inundar nossa mente, no momento em que nos propomos a sentar e a meditar. Sejam os problemas e pendências a serem
resolvidos, questões e angústias pessoais, acontecimentos passados (o filme que
vi ontem, a discussão com o chefe, o preço do leite no supermercado). Enfim, um
emaranhado sem fim de pensamentos.
Na realidade, esses
pensamentos te ocorrem a todo momento, sem que você pare para observá-los. Você
está o tempo todo identificado com eles, e de alguma forma, correndo atrás
do que te passa na cabeça, “dando bola” para toda essa avalanche pensamentos. Mas
no momento em que você pára para observar, fica evidente que, muitos deles, não
têm utilidade no momento atual.
Quando se dá início à meditação, percebe então, que eles
são infinitos. Isso acaba trazendo mais frustração com relação à prática
meditativa e desanimando futuras tentativas. Muitas pessoas relatam sua
dificuldade em “manter o controle” sobre o fluxo de pensamentos e sua briga
interna consigo mesmas.
Então, aqui vem minha primeira dica: meditar não se trata de
“ter controle”. Controle é algo que a mente pratica. E, a forma na qual
ela tenta permanecer e tenta manter o controle sobre você, é através dos
pensamentos e da identificação que você acaba tendo com esses mesmos
pensamentos. Meditação é praticar o ato de observar. Em primeira instância, não
há nada mais a ser feito além disso. Apenas observe!
E aí, vem a minha segunda dica. Não julgue.
Qualquer coisa que apareça nesse processo, apenas aceite. O julgamento, a
classificação, o rótulo, de que se algo é bom ou ruim, bonito ou
feio, também vêm da mente. A única forma que a mente têm de enxergar as
coisas é através da dualidade, do julgamento, resultando invariavelmente em
conflito. É assim que ela funciona. Aceitar, no entanto, não significa
“dar corda” aos pensamentos, e sim, conseguir observá-los, sem se agarrar
ou se apegar a nenhum deles, apenas deixando-os passar. Como quando você observa o
pôr-do-sol. As nuvens se movimentam, os pássaros voam, o sol se põe. As coisas
passam sem que você se apegue a nenhum deles.
Tente fazer
o mesmo com os seus pensamentos. Vamos tentar?
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