quinta-feira, 22 de setembro de 2016

POSTURAS PARA MEDITAÇÃO


Postura de Shiva para meditação



Yoga Sutra enuncia: "Sthira-sukham asana", ou seja, “a estabilidade e o bem-estar são as qualidades que definem oasana (postura)”. Sukha é a qualidade de estar relaxado, confortável, à vontade, geralmente é contrastado com dukha, a qualidade de sofrimento, de não estar à vontade (termo tão corrente no budismo para designar o desconforto da dor).

Segundo os antigos textos do Yoga, a prática de asana não é um fim em si mesmo. Em uma postura estável e confortável, nós criamos um ambiente físico que pode ajudar a desenvolver a meditação contínua. Sukha não é apenas uma questão de bem-estar físico e conforto, mas também de inteligência e de disposição de abrir mão de ideias preconcebidas e ficar inteiro com o processo vivenciado. Dessa maneira, sukhasana é a postura sentada básica de meditação, que é, afinal, o caminho verdadeiro e o objetivo da prática do Yoga.

Como Yogishvara, o Senhor dos Yogues, Shiva senta-se em meditação nas montanhas. Embora os seus dois olhos terrenos estejam cerrados, ele mantém uma eterna vigilância sobre os seres humanos com seu “terceiro olho”, o centro sensível intuitivo entre suas sobrancelhas. Nessa posição, ele se torna tão calmo e estável que tem domínio sobre todos os seus sentidos, representados pela cobra enrolada em torno de seu pescoço como uma guirlanda e a pele de tigre que ele usa como um assento. Em suas mãos ele segura um tridente, que representa a natureza tripla do universo, e um pequeno tambor, que evoca o ritmo do tempo. A lua crescente flutua em seus cabelos como um emblema do tempo e da mudança, contra o segundo plano imutável dessa posição simples, confortável e eterna.


INCORPORANDO A POSTURA SUKHASANA



Sente-se no chão com as pernas estendidas a sua frente. Flexione o joelho esquerdo. Segure o pé esquerdo com as mãos e puxe o calcanhar para perto do ísquio direito. Em seguida, flexione o joelho direito e traga a canela direita à frente da canela esquerda, em uma posição simples de pernas cruzadas. Enfie o pé direito sob o joelho ou coxa esquerda. Descanse as mãos no colo. Atenção: as articulações dos quadris devem estar numa altura maior que os joelhos. Use uma almofada ou um cobertor dobrado para elevar a pélvis em relação às articulações dos joelhos.

Quando você tiver estabelecido uma base firme e honesta, puxe o osso sacro em direção à parte da frente do corpo e erga a espinha dorsal. Desloque para cima a caixa torácica, como se sua cabeça, costelas e pélvis fossem contas no cordão espinal e você estivesse mantendo a conta inferior para baixo e puxando o cordão gentilmente a partir de cima. Sinta o topo da cabeça equilibrado sobre o cóccix.


Repouse o dorso das mãos sobre os joelhos, palmas para cima, polegares e indicadores unidos, mantendo os outros dedos estendidos, sem rigidez. Esse gesto, conhecido como mudra, representa a consciência individual ou ego (o indicador) unindo-se à sabedoria divina (o polegar). Em outras palavras, o gesto das mãos ilustra o compromisso de viver a sua vida segundo o que você percebe como verdadeiro, em vez de deixar que seus desejos primitivos dirijam as coisas. Sem dúvida, é isso o que faz a meditação: ela proporciona uma oportunidade para que nossos impulsos sigam seu curso de maneira inofensiva, sem ter que se tornar manifestos, enquanto observamos a ação e continuamente voltamos nossa atenção ao ponto estável que escolhemos.

Enquanto você se senta de pernas cruzadas com uma ampla base, imagine que está assumindo a forma de uma montanha, em que sua cabeça é o pico, seus lados e braços são as encostas e suas coxas e pés formam a sua base. Envie a atenção para o fundo da terra em busca das raízes dessa montanha. Imagine que você é Shiva, o yogue sentado imóvel no topo da montanha, sólido e firme como a própria Terra, mas eternamente alerta.


Retirado do site:

https://www.comprazen.com.br/blog/1/203/postura-de-shiva-para-meditacao-sukhasana-yoga-asana-mantra-nosso-blog

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