Oi gente,
Pra fechar a semana, hoje trago um texto lindo que fala sobre GRATIDÃO.
Precisamos fazer mais esse lindo exercício sempre!
E você qual o cheiro, sabor e cor da sua gratidão?
Um beijo enorme no coração.
Namastê
ॐ
Compreendo a gratidão como um sentimento que, apesar de
abstrato, possui uma definição na vida de cada indivíduo.
Minha gratidão é
colorida, tem o vermelho das flores do
flamboyant que meu pai plantou na frente da casa onde nasci. Tem o amarelo dos
ipês do cerrado e o tom alaranjado do pequi.
A minha gratidão é uma moça muito bonita que usa vestido
florido, emprestado pela minha mãe. Ela é dançarina, e seus pés não se contém
ao ouvir um xote ou um forró pé de serra.
A gratidão que se
abriga em mim tem muitas fragrâncias. Tem cheiro de café coado no meio de uma tarde morna na fazenda,
acompanhado de um requeijão caipira. Cheiro de terra molhada pela primeira
chuva de setembro.
Meu coração chora de saudades quando me lembro. Cheiro do
abraço do meu pai e dos longos cabelos da minha mãe. Sou grata aos sons que
ecoarão para sempre em minhas lembranças. O trovão num fim de tarde, a água
caindo no telhado da casa velha que me
viu nascer.
A voz do Zé
Bétio num rádio de pilha, sobre uma mesa
rústica feita pelo meu avô materno. O latido do cachorro da minha
infância, o berro do boi manhoso no
curral, os sapos coaxando na represa à
noite inteira, o canto do galo quando
findava a madrugada.
Gratidão de incontáveis sabores. Sabor da primeira manga
colhida no pé. Sabor do chá de alfavaca que minha avó fazia.
Sabor de bolo brevidade que nunca mais vou comer, pois Deus
levou, para Ele, a fabricante. Sabor de balinhas de frutas com embalagens de
papel, que meu pai trazia da pequena Simolândia, aos domingos. Sabor do beijo
molhado pelo rio da minha vida.
Gratidão com cara de bonecas de espigas de
milho, meus brinquedos da infância. Minha gratidão tem um cavalo chamado Roxão,
sobre o qual eu andava na garupa, segurando na cintura do meu pai, quando era
menina.
Gratidão ao som das músicas do Pena Branca e Xavantinho,
Renato Teixeira e Seguindo no trem azul
do Roupa Nova.(Confesso, sem medo de mentir que em você encontrei inspiração
para escrever). E há mais uma infinidade de músicas.
Minha gratidão tem a
professora Hergina segurando na mão de uma menina, apresentando a ela a paixão
desenfreada pela escrita. Minha gratidão tem a tia Maria Magalhães de Brito,
que me trouxe para a cidade me dando a oportunidade de continuar estudando, se
hoje eu escrevo este artigo, foi porque ela acreditou em mim. Gratidão eterna,
tia.
Minha gratidão ouve choros de um bebê
chamando “mamã”, meu filho Gabriel, que Deus me confiou para ser mãe.
Minha gratidão usa uma farda laranja com vermelho e coturnos pretos, ela salva
vidas e apaga incêndios.
Gratidão que faz poesias e fala de sentimentos. Gratidão
eufórica quando vê meus textos publicados. Obrigada, Deborah Furtado, gerente
de relacionamentos do site O SEGREDO.
Sobretudo, minha gratidão é revestida de fé e da certeza de
ser cuidada por um Deus que me ama absurdamente. Gratidão por tudo o que vivi.
Direitos autorais da imagem de capa: <inesbazdar / 123RF
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