sexta-feira, 28 de abril de 2017

A gratidão tem cheiros… tem sabores… e tem cores!


Oi gente,

Pra fechar a semana, hoje trago um texto lindo que fala sobre GRATIDÃO.

Precisamos fazer mais esse lindo exercício sempre!

E você qual o cheiro, sabor e cor da sua gratidão?

Um beijo enorme no coração.

Namastê




Compreendo a gratidão como um sentimento que, apesar de abstrato, possui uma definição na vida de cada indivíduo.
A minha é plural e multifacetada, quero falar um pouco sobre ela. Permitam-me expressá-la.

Minha gratidão  é colorida, tem o vermelho  das flores do flamboyant que meu pai plantou na frente da casa onde nasci. Tem o amarelo dos ipês do cerrado e o tom alaranjado do pequi.


A minha gratidão é uma moça muito bonita que usa vestido florido, emprestado pela minha mãe. Ela é dançarina, e seus pés não se contém ao ouvir um xote ou um forró pé de serra.

A gratidão que  se abriga em mim tem muitas fragrâncias. Tem cheiro de café coado no  meio de uma tarde morna na fazenda, acompanhado de um requeijão caipira. Cheiro de terra molhada pela primeira chuva de setembro.


Meu coração chora de saudades quando me lembro. Cheiro do abraço do meu pai e dos longos cabelos da minha mãe. Sou grata aos sons que ecoarão para sempre em minhas lembranças. O trovão num fim de tarde, a água caindo  no telhado da casa velha que me viu nascer.

A voz do  Zé Bétio  num rádio de pilha, sobre uma mesa rústica feita pelo meu avô materno. O latido do cachorro da minha infância,  o berro do boi manhoso no curral,  os sapos coaxando na represa à noite inteira,  o canto do galo quando findava a madrugada.

Gratidão de incontáveis sabores. Sabor da primeira manga colhida no pé. Sabor do chá de alfavaca que minha avó fazia.

Sabor de bolo brevidade que nunca mais vou comer, pois Deus levou, para Ele, a fabricante. Sabor de balinhas de frutas com embalagens de papel, que meu pai trazia da pequena Simolândia, aos domingos. Sabor do beijo molhado pelo rio da minha vida.

Gratidão com cara de bonecas de espigas de milho, meus brinquedos da infância. Minha gratidão tem um cavalo chamado Roxão, sobre o qual eu andava na garupa, segurando na cintura do meu pai, quando era menina.

Gratidão ao som das músicas do Pena Branca e Xavantinho, Renato Teixeira  e Seguindo no trem azul do Roupa Nova.(Confesso, sem medo de mentir que em você encontrei inspiração para escrever). E há mais uma infinidade de músicas.

 Minha gratidão tem a professora Hergina segurando na mão de uma menina, apresentando a ela a paixão desenfreada pela escrita. Minha gratidão tem a tia Maria Magalhães de Brito, que me trouxe para a cidade me dando a oportunidade de continuar estudando, se hoje eu escrevo este artigo, foi porque ela acreditou em mim. Gratidão eterna, tia. 

Minha gratidão ouve choros de um bebê  chamando “mamã”, meu filho Gabriel, que Deus me confiou para ser mãe. Minha gratidão usa uma farda laranja com vermelho e coturnos pretos, ela salva vidas e apaga incêndios.

Gratidão que faz poesias e fala de sentimentos. Gratidão eufórica quando vê meus textos publicados. Obrigada, Deborah Furtado, gerente de relacionamentos do site O  SEGREDO.

Sobretudo, minha gratidão é revestida de fé e da certeza de ser cuidada por um Deus que me ama absurdamente. Gratidão por tudo o que vivi.



Direitos autorais da imagem de capa: <inesbazdar / 123RF Imagens

Extraído do site:

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