Oi gente,
Hoje iremos falar novamente sobre SAMSARA.
Achei esse artigo bem interessante, pois descreve de uma maneira bem lúdica o que é essa famosa roda.
Mas, antes de começar, deixo aqui a definição de Samsara segundo o Wikipédia:
Namastê
ॐ
HUMBERTO
MENEGHIN
artigo publicado originalmente no www.yoga.pro.br
A maior montanha russa que se possa imaginar foi montada em um parque de
diversões. Feita de metal consistente, perfeitamente bem arquitetada, com altos
desníveis e descidas bruscas, sua grandiosidade é percebida ao longe pelo
público que se aproxima e que não consegue esperar mais nenhum minuto para
experimentá-la.
Outros,
nem perto querem passar, pois sentem medo e acham que os que se predispõe a
suportar seus altos e baixos são no mínimo fora do normal. Filas enormes se
formam e finalmente aqueles que muito esperaram se acomodam em carros velozes
que seguem continuamente pelo trilho dessa grande montanha russa cujo nome é samsara.
A
respiração começa a mudar, os carros saem em um único impulso e rapidamente se
aproximam do topo, provocando alegria e certa euforia àqueles que a este nível
chegam. Gritos contumazes e expressões diversas são emitidas e aqueles que
antes estavam lá em cima, subitamente são levados para baixo onde as sensações
e emoções já não são mais as mesmas de quando lá em cima estavam.
Foto 3
Levados a
uma traiçoeira curva, alguns se sentem mal, pois preferiam ainda estar lá em
cima, bem no alto, onde se sentiam mais felizes e seguros. Os carros passam por
um túnel escuro e para infelicidade de outros, nada está bem, pois a escuridão
amedronta e traz uma tremenda e temida insegurança.
Porém, sem
que esperem, a luz se faz presente no final do túnel e as sensações começam a
mudar, muito mais ainda quando o carro que os leva novamente se põe a subir,
subir novamente até o topo, chegando ao nível mais alto daquela desafiadora
montanha russa que se chama samsara.
A vista lá
de cima é ampla e maravilhosa, a euforia, a confiança e a alegria retornam, mas
em alguns vem acompanhadas pela ilusão, orgulho, egoísmo e daquela sensação de
ser a pessoa mais importante do mundo. O carro para por um breve momento, lá em
cima mesmo, a adrenalina está a toda e o Ser se sente pleno e renascido. Há
uma curva e de repente todos descem por um curva inesperada no trilho!
E, se isso
já não bastasse, mais à frente surge um enganoso loopque, por um
ínfimo momento, traz uma nova e leve sensação de estar de volta ao topo. Mas,
para o desespero dos incautos o carro cai para um dos lados e continua caindo,
caindo...
A
velocidade parece querer diminuir, o que não poderia jamais acontecer em um
momento como aquele, pois estar no mais alto é o que importa. E, para acabar
com a festa, aquele carro que correu pelo samsara e que trouxe
tantas e contraditórias sensações e emoções, ora agradáveis, ora desagradáveis,
retorna para o mesmo ponto de partida.
Algumas
pessoas, cambaleantes, abandonam a atração, outros mais entusiasmados retornam
à fila para repetirem tudo de novo e outros que se sentem desconcertados não
pensam jamais em retornar e pela frente encontram um palhaço, que em risos
repete seguidamente: “É inevitável, é inevitável, é inevitável...”.
E a
montanha russa, chamada samsara, continua a correr, repetindo os
mesmos movimentos, de altos e baixos, de baixos e altos, girando no mesmo eixo,
no mesmo círculo para retornar ao mesmo ponto, levando mais e mais seres que
experimentam essas altas e baixas sensações e emoções procurando satisfazer todos
seus mais íntimos desejos.
Desejos
que se repetem, desejos que são superados e novos desejos que vem e que
novamente se vão em um círculo constante e interminável de ações e reações, de
causa e efeito, dekarmas.
Muitos nem ao menos sabem o significado
do que na verdade é samsara. Mas, analisando a etimologia da palavra
sânscrita, temos que samsara que dizer “fluxo incessante”, de
mortes e de renascimentos. Outro nome para essa peculiar situação que chamamos
vida encarnada é kalachakra, a roda das reencarnações, da morte e
do renascimento incessante, presente nos ensinamentos do budismo e do
hinduísmo.
Aqueles
que vivem exclusivamente para a realização dos desejos e das intermináveis
sensações que ora resultam em dor, ora em prazer, pelo simples fato de se
predisporem a experimentar o samsara, devem saber que, para dissipar a
ignorância que permeia a identificação com o ego, existe felizmente o
autoconhecimento.
O
conhecimento que traz maior clareza e sabedoria ao Ser, para que, então, de uma
forma equânime possamos lidar com as oscilações inevitavelmente trazidas pela
roda do samsara.
Observar
com cuidado as oscilações da mente, sair do automático, ter a consciência que
um estado mental nasce, existe e depois cessa, dando lugar a um outro estado
mental que também surge nasce, existe e cessa, contribui para que ao longo do
tempo possamos diminuir os efeitos indesejados dessa roda que gira sem parar.
E, somente
assim, pouco a pouco, as emoções destrutivas, limitações e karmas serão
eliminados, despertando a consciência para momentos de clareza e compreensão de
tudo o que o samsara nos apresenta.
E se
porventura, você ainda estiver pelo parque de diversões e decidir experimentar
as sensações de outra montanha russa, talvez no final poderá deixá-la se
sentindo perfeitamente pleno e liberto de qualquer oscilação trazida pelos seus
altos e baixos.
Harih Om!
Extraido do site:
http://yogaemvoga.blogspot.com.br/2011/04/essa-montanha-russa-chamada-samsara.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário