A Paz tem um sentido de proteção. Quando a gente se sente
protegido, nos sentimos em paz. São três os níveis de proteção revelados por
esta entoação.
Contra os fenômenos da natureza.
Contra os ambientes externos que frequentamos, a
negatividade de outras pessoas, heranças e tendências genéticas.
Contra os nossos condicionamentos e padrões limitantes.
O primeiro nível é o mais abrangente. É a proteção contra os
fenômenos da natureza. Como, por exemplo, ciclones, tornados, terremotos,
maremotos, raios. Aqui pedimos proteção contra esses fenômenos da natureza.
O segundo Shanti está um pouco mais próximo de nós. Pedimos
proteção contra os ambientes externos, contra os efeitos mais nocivos e as
energias mais carregadas dos ambiente que frequentamos. Contra a negatividade
de outras pessoas ou aquela vibração que não é muito harmoniosa para nós.
Também aqui podemos incluir o pedido de proteção contra as nossas heranças e
tendências genéticas, que vêm junto com nosso DNA. Como são heranças, muitas
vezes elas não se manifestam, então pedimos proteção para que essas tendências
não precisem se manifestar na nossa experiência.
Por fim, no terceiro nível, chegamos mais perto de nós. Aqui
pedimos proteção contra os nossos próprios condicionamentos e padrões
limitantes. Quando a consciência não está presente, eles tomam a rédea e o
comando dos nossos passos, das nossas palavras, das nossas ações e limitam a
nossa experiência.
Um dos presentes que recebemos na vida é o nosso livre
arbítrio. Mas será que usamos toda a capacidade de nosso livre arbítrio? Será
que a gente escolhe com liberdade sempre? Se a gente está fazendo escolhas
dentro desses padrões de condicionamento, será que eu sou realmente livre para
escolher? Ou eu estou escolhendo dentro de um padrão? As vezes eu acho que
estou usando o poder de escolha, mas se o padrão é maior do que eu e não tenho
consciência, não posso dizer que estou escolhendo com liberdade. Há um filme
conhecido como O Dia da Marmota ou O Feitiço do Tempo, que fala exatamente
disso.
A caminhada dentro desse universo, que é o Yoga, nos auxilia
para que possamos encontrar este espaço de reconhecimento e dissolução de
nossos padrões limitantes, desde o nível mais denso, o corpo físico, até o mais
sutil, o corpo espiritual. Será que existem padrões espirituais? Acreditar que
há somente um caminho e ficar preso àquelas ideias, por exemplo? Glória
Arieira, querida professora de Vedanta e discípula do Swami Dayananda, fala que,
esses condicionamentos são como algemas, que inconscientemente nos prendem a
determinadas maneiras de agir, falar e reagir emocionalmente.
No Yoga, nós vamos acendendo a lanterna de nossa testemunha
interior, para que possamos iluminar essas áreas contraídas no corpo, na
circulação, na energia, nos nossos pensamentos, nas nossas emoções, para que
gradativamente esses condicionamentos possam ir se dissolvendo e, para que
assim possamos experimentar mais leveza e liberdade em nossa vida cotidiana.
Aos poucos vamos iluminando essas algemas que nos prendem, que limitam a nossa
experiência.
A professora Glória Arieira ainda lembra que além das
algemas de aço, temos também as algemas de ouro. Quais são as mais difíceis da
gente se libertar? As algemas de ouro, porque elas são mais sutis e, por isso
mais atraentes e fáceis de nos prendermos a elas. As qualidades espirituais
podem, portanto, acabarem sim nos limitando. Também o apego às ideias e a falta
de abertura para perceber e ampliar a perspectiva do olhar, ou, ainda, a
separação da vida espiritual da vida cotidiana, pois, na realidade, não existe
diferença.
Que possamos utilizar o palco da vida como um caminho para o
autoconhecimento. Essa é via do Karma Yoga. Uma caminhada onde as ações são
escolhidas com mais consciência para recebermos os frutos dessas ações como
oportunidades para aprender, amadurecer e continuar caminhando, passo a passo
e, a cada vez, com mais alinhamento.
Shanti Shanti Shanti
Paz Paz Paz
Retirado do Site:
http://yogaintegrativa.com.br/index.php/filosofia-do-yoga/243-shanti-significados
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