Oi gente!!!
Depois do sucesso do vídeo 1, nosso grupo resolveu fazer a parte 2 para esclarecer outras dúvidas da galera.
Ontem, postei a reportagem sobre os presos que estão sendo
tratados com o chá de ayahuasca, por ser um assunto bem polêmico, resolvemos
abordá-lo um pouco.
Fiz uma pergunta no vídeo e além disso, a Jú também escreveu um artigo bem interessante que estou colocando logo abaixo.
Fiz uma pergunta no vídeo e além disso, a Jú também escreveu um artigo bem interessante que estou colocando logo abaixo.
Vale a pena refletir.
Beijos no coração
Namastê
A quem estamos, de fato, julgando e condenando?
Recentemente, li um artigo muito interessante que falava
a respeito de um grupo, chamado Acuda, que havia tido a ideia de administrar
ayahuasca para detentos que cumprem pena por crimes diversos em Ji-Paraná – RO.
Como li esse artigo através do Facebook, as pessoas
tinham a oportunidade de comentar e dar a sua opinião a respeito do mesmo. O
grupo já atua há muito tempo nos presídios e tenta vários tipos de tratamentos
e terapias, dentre elas algumas de relaxamento e meditação. Eis que sempre
surgem aqueles comentários das pessoas que, com toda a sua raiva, são contra
tal tipo de ação.
Confesso que já nutri o pensamento de que pessoas que
cometem crimes hediondos deveriam pagar pelos seus crimes e que tudo o que eles
mereciam era o desprezo da sociedade e punição. E li muitos comentários afins,
no sentido de que era um absurdo tentar tratar de tais pessoas, pois muitas
famílias haviam sofrido por causa delas.
Mas, será que esta é, de fato, a realidade?
Vou entrar na minha própria mente e abrir minha
intimidade ao me recordar de como eu pensava há muito pouco tempo atrás. Eu
vivia minha vidinha pacata e estava feliz em não fazer mal a ninguém. Ao menos,
era nisso que eu acreditava.
Acontece que, se pararmos para pensar, nenhuma existência
é neutra. Estamos a todo o momento aprendendo e ensinando, quer estejamos
conscientes disso ou não. O simples fato de termos determinada opinião sobre
determinado assunto faz com que ensinemos essa mesma opinião, mesmo que ela não
seja emitida verbalmente.
Mas como isso funciona? Eu sei que a ideia de uma única
mente conectada é ainda muito difícil de conceber. Mas o simples fato de
convivermos com outras pessoas é uma troca constante de conhecimento e
sensações. Isso pode, inclusive, ser constatado fisicamente. Quantas vezes,
diante de um grupo de amigos, conseguimos observar nitidamente que aquela
“tribo” fala a mesma língua, que tem os mesmos costumes? São os nossos
interesses comuns que nos unem em grupos e, principalmente, aquilo em que
acreditamos. Não é verdade que sempre acabamos atraindo pessoas que pensam de
maneira muito parecida com a nossa? E a essas pessoas chamamos de amigos,
irmãos. Mas e o resto do mundo? Onde elas se encaixam na nossa vida?
Voltemos à minha vidinha pacata de antes. Se nenhuma
existência é neutra, que tipo de coisa eu estava ensinando às pessoas que
conviviam comigo? Quantos ataques de ira eu já tive (e ainda tenho), por
exemplo, no trânsito? Quantas vezes falei mal de alguém que me fechava ou que
me fazia algo que eu considerava ofensivo? Quantas vezes eu critiquei alguém
por algo que eu considerava inaceitável? E em que posição coloquei-me para que
fizesse algum julgamento sobre esta ou aquela pessoa? Quem me deu a posição de
“juiz da corte suprema da justiça”?
Mas, muito mais do que tudo isso, qual o pensamento por
trás de nossas atitudes quando julgamos um irmão que tenha cometido qualquer
tipo de delito? Sim, porque existem muitos “pequenos” deslizes que consideramos
aceitáveis na sociedade, sem nos dar conta de que não existem pequenos delitos:
existe a conduta reta ou a tortuosa. Para o bom caráter não existe meio termo.
Alguns deslizes são permitidos, enquanto outros são totalmente condenáveis pela
sociedade. Nosso senso de justiça está totalmente baseado em nossas crenças e
todos os conceitos com os quais crescemos.
E, se chegamos à busca através da ayahuasca ou até mesmo
através desse site ou esse blog, é porque, de certa maneira, já começamos a
empreender uma jornada para que sejamos seres melhores, não é mesmo? E, se isso
é verdade, sabemos, por experiência própria, que podemos sim mudar nossa forma
de pensar e de perceber o mundo. Sabemos que somos capazes de nos redimir
através da mudança de nossas atitudes. É possível olhar para um mesmo fato que
nos aconteceu e encará-lo de uma maneira totalmente diferente. Isso, porque
mudamos o conjunto de crenças que carregávamos no interno.
Porque, se não
acreditamos nessa premissa muito simples, qual seria o sentido de nossa busca?
E, se isso é possível para nós, por que não seria para
estas pessoas que cometeram tais crimes?
Entendo que essas pessoas precisam de
muita ajuda, pois o nível de aturdimento e adormecimento é muito mais profundo.
E em qual grau e nível somos responsáveis pelo mundo que nos rodeia? O quanto
dessa mesma maldade existe em nós mesmos? Quão iludidos estamos a respeito do
mundo que nos circunda? Qual o nosso papel individual no despertar da
humanidade? Será que é suficiente ficar cada um em seu canto, apenas “não fazendo
o mal”? E se eu dissesse que tudo gera uma energia, até mesmo a não ação e nos
colocarmos na posição “neutra” segue-se a um pensamento e uma escolha. Não
existe neutralidade de pensamento, acreditamos em uma coisa ou outra, não temos
a mente vazia.
Acreditar que uma pessoa pode mudar e investir para que
isso seja possível é acreditar e investir em nós mesmos. Devemos entender que
nossos irmãos são tão suscetíveis a equívocos e capazes de amar como nós
mesmos. Não somos todos feitos à imagem e semelhança do Pai?
E será que contribuímos, de alguma forma, para que esta
realidade fosse plasmada? Se estamos, a todo o momento, ensinando algo a
alguém, as lições que temos ensinado é de amor ou de desamor?
Vejo que, mais do que ensinar algo para esses presos em
si, temos que entender toda a mensagem por trás deste simples e polêmico ato.
Não são aquelas pessoas em especial que vão mudar o mundo, mas é a atitude
delas, é o pensamento por trás da ação. Se estivermos sempre dispostos a
ensinar uma lição de amor, por acreditarmos que é isso que merecemos dar a
todas as pessoas, é porque finalmente entendemos que é isso que merecemos
receber. Não existe o mundo lá fora! Está tudo aqui dentro de nós mesmos!
Acreditar que um caso extremo como esse pode se reverter
é acreditar que podemos sim chegar ao nosso verdadeiro eu, que é puro amor.
Acredito fortemente que uma mente que se ilumina, que começa a enxergar a
verdade, contagia muito mais do que a mente doente. Por que não acreditar que,
um dia, podemos todos acordar juntos deste imenso pesadelo em que vivemos?
Tenho a convicção de que estas pessoas estão com muito
medo do julgamento, mas não esse da sociedade, mas sim o julgamento e a culpa
que eles lançam sobre eles mesmos. Fazer com que mudem o pensamento não vai
fazer com que suas vítimas voltem a essa existência, mas toda mente que se
ilumina começa a ensinar uma lição de amor para os demais. E como estamos
carentes, neste momento, de professores de Cristo, de professores do amor! Por
que não nos colocarmos o propósito de aprender e ensinar as tantas lições de
amor de Cristo?
É importante que entendamos que criamos muitas ilusões
que compõem o mundo da maneira como o percebemos hoje. Mas e se, algum dia,
percebêssemos que apenas o amor existe? O que seria de todo o resto, tudo
aquilo que não podemos compreender? Todo o resto trata-se do medo e de um
pedido desesperado por amor. E o que um Filho de Deus faz diante de um pedido
de amor? Podemos mudar a nossa maneira de encarar o irmão e olhar para ele
perdoando-o e nos perdoando por ter feito qualquer julgamento a respeito de sua
conduta.
Minha proposta aqui é que, diante de qualquer situação,
entendamos que, se queremos um mundo mais digno e mais pleno de amor, devemos
ser os primeiros candidatos à vaga de Professores do Amor, pois, à medida que
ensinamos, aprendemos e, à medida que aprendemos, ensinamos. Ensinar e aprender
trata-se da mesma coisa, pois o Cristo que vive em mim, vive em você e em todos
os seres.
Que tal assumir nossa própria responsabilidade sobre o
mundo em que se vive? Que tal se começarmos a eliminar os pensamentos de
exclusão e começar a trazer todos os seres para dentro de nós mesmos para que o
verdadeiro perdão possa ser realizado?
Portanto, diante de qualquer situação, podemos sempre
decidir: que tipo de aprendiz e professor eu quero ser? E a lição que
escolhermos aprender e ensinar será a que predominará em nossa vida e das
pessoas que convivem conosco. Vamos tentar plantar mais amor?
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