quinta-feira, 1 de novembro de 2018

3ª Parte - Perguntas e Respostas sobre o Amor

Meus queridos, como amanhã é feriado, resolvi antecipar os posts de sexta-f falando sobre o Amor...vamos lá!





AMOR VS EGOÍSMO

Qual é o primeiro passo que cada um devia dar para poder amar?
Para amar é necessário sentir-se a si mesmo e, para se sentir a si mesmo, é necessário conhecer-se a si mesmo. Se queres amar os outros, aprende primeiro a amar-te a ti mesmo, através de te conheceres a ti mesmo. Quem não se quer a si mesmo não pode querer aos outros.

Mas eu tinha entendido que para amar os outros tens de renunciar a ti mesmo!
Nem pensar. O que tens de fazer é renunciar ao teu egoísmo, mas não aos teus sentimentos. O que acontece é que tens um conceito do que é o amor que é incorreto, porque misturais o amor com o egoísmo. Amar-se a si mesmo não é julgar-se melhor que os outros e, por isso, dedicar-se a satisfazer caprichos egoístas, mas antes reconhecer as necessidades afetivas próprias, os sentimentos, e desenvolvê-los para que sejam o motor da sua vida. Por isso disse que para amar verdadeiramente é tão importante conhecer-se a si próprio. Conhecer-se implica saber distinguir entre o que sentimos e o que pensamos, reconhecer entre o que vem do nosso sentimento e o que vem do nosso egoísmo.

Então, como distinguir o que é o amor do que o que, não é?
O amor na sua expressão máxima tem de ser incondicional. Quem ama verdadeiramente não espera nada em troca e quem age por interesse não está a amar verdadeiramente. O amor tem de ser livre, senão, não é amor. Não se pode forçar ninguém a amar.
Quem quiser amar tem de querer também renunciar ao egoísmo. O amor e o egoísmo são conceitos contrários, incompatíveis entre si, antagónicos. Não se pode amar sem renunciar ao egoísmo, já que o egoísmo é, na realidade, a ausência de amor. Aprender a amar é o mesmo que aprender a desprender-se do egoísmo. Quem aumenta a sua capacidade de amar diminui o seu egoísmo e vice-versa.

E como aprende o espírito a amar?
É um processo contínuo que requer muitíssimo tempo de evolução. O espírito começa-o antes de iniciar a fase humana e não o termina nunca, já que há sempre algo novo para aprender a respeito do amor. Como aprender a falar, não há outra forma de desenvolver o amor que não seja através da interação constante com outros seres. Nas primeiras etapas, quando o ser espiritual está escassamente desenvolvido, experimenta o amor que outros seres mais avançados sentem em relação a ele na forma de emoções. Isso provoca-lhe bem-estar. Também tem de experimentar o que é a ausência de amor, quer dizer, o egoísmo de outros seres que, da mesma forma que ele, ainda não são capazes de amar. Isso far-lhe-á sentir emoções de mal-estar, mas também lhe permitirá reconhecer, aprender a distinguir melhor entre a ausência e a presença de amor e a valorizar a presença de amor, o que servirá de estímulo para poder desenvolver em si mesmo os sentimentos. Ou seja, antes de ser capaz de amar, o ser espiritual sensibiliza-se como receptor do amor de  outros seres mais avançados, que lhe servem de exemplo do que é ser emissor de amor. Também terá de conviver com outros seres com egoísmo igual ou mais acentuado do que ele mesmo, que servem de exemplo do que é a ausência de amor. Todas estas interações lhe motivarão o desenvolvimento, primeiro, das emoções e, mais tarde, dos sentimentos.

Uma vez que o espírito reconheça o amor que recebeu dos outros, nessa altura já está preparado para ser um emissor de amor. Serão os seres que o amaram, os primeiros em relação aos quais vão despertar os primeiros sentimentos de afeto (usualmente em relação a algum membro da sua família), enquanto os restantes seres, os que se comportaram com egoísmo em relação a ele, serão inimigos, e os que nunca tiveram relação com ele, simplesmente serão seres pelos quais sentirá indiferença. Nesta etapa, o espírito é apaixonado nos amores, vingativo e rancoroso nos desamores. Chegará outra etapa mais avançada em que o ser já não quererá prejudicar os que lhe provocaram dano, porque se dá conta de que o sofrimento em si mesmo é algo negativo, incompatível com o amor, e abandonará a vingança como forma de ressarcimento pelo dano recebido. A esta etapa poderíamos denominar amor condicional avançado. Chegado certo momento, quando o grau de compreensão e de sensibilidade do ser tenha aumentado consideravelmente, está preparado para dar o grande salto, o de querer a todos os demais seres da criação, incluindo àqueles que o odiaram e o rebaixaram e o fizeram sofrer o indescritível. Quer dizer que entrou na etapa final, em que se alcança o amor incondicional, aquele amor que anunciavam os seres avançados como Jesus quando diziam “ama o teu inimigo”. Com certeza, isso não acontece da noite para o dia. Serão necessários milhões de anos de evolução para percorrer o caminho da primeira à última etapa.

Poderias resumir essas etapas para que eu tenha uma ideia?
Sim, ainda que, como digo, o processo seja contínuo, poderíamos dividi-lo, para sua melhor compreensão, nas seguintes etapas:
1-      Insensível como receptor e emissor de amor;
2-      Parcialmente sensível como receptor de amor – insensível como emissor de amor;
3-      Sensível como receptor – parcialmente sensível como emissor (amor condicional);
4-      Altamente sensível como receptor – altamente sensível como emissor (amor condicional avançado);
5-      Totalmente sensível como receptor – totalmente sensível como emissor (amor incondicional);

Qual é o origem das emoções e dos sentimentos e em que se diferenciam?
Nos primeiros estádios de evolução do ser espiritual, este só é capaz de sentir emoções que, geralmente, são apenas uma resposta a um estímulo de natureza exterior. Este desenvolvimento da percepção emocional começa logo em etapas anteriores à humana. De facto podeis observar que muitos mamíferos superiores, como cães, vacas, cavalos ou golfinhos, já são capazes de perceber e manifestar emoções bastante profundas de muito diversos tipos. À medida que o espírito experimenta com as emoções e começa a tê-las em conta para tomar decisões, está a começar a desenvolver o sentimento. Podeis considerar que os sentimentos são a forma evoluída das emoções.
Podes expor com mais profundidade a distinção e a relação entre as emoções e os sentimentos?
As emoções são de duração curta, geralmente são ativadas por algum tipo de estímulo, exterior ou interior. Os sentimentos têm uma duração mais extensa, estão mais profundamente enraizados no espírito e ainda que recebam a influência do exterior, não têm de ser motivados por nenhum impulso exterior, mas antes pela própria vontade do espírito. Os sentimentos e as emoções estão intimamente ligados. O sentimento é capaz de despertar as emoções. É como a fonte interna de que emanam, de maneira que, neste aspecto, as emoções são uma manifestação dos sentimentos. Também as emoções, sobretudo as percebidas do exterior, influem nos sentimentos e podem ser um estímulo para os ativar ou para os reprimir. No máximo desenvolvimento do sentimento de amor, ou seja, quando se chega a experimentar o sentimento de amor incondicional, encontramo-nos já perante um sentimento que não vai terminar nunca e que, além disso, não necessita de nenhum estímulo exterior para que seja despertado ou alimentado.

Em que parte do ser se originam as emoções e os sentimentos?
As emoções e os sentimentos de amor originam-se no corpo espiritual. As ego-emoções e os ego-sentimentos, ainda que sejam percebidos no corpo espiritual, desenvolvem o seu carácter egoísta no corpo mental.

Não entendo o que queres dizer. O que são os ego-sentimentos e as ego-emoções?

São os sentimentos e emoções negativas gerados por atitudes egoístas. Na realidade, as atitudes egoístas são pensamentos e, portanto, originam-se na mente.

Então o sentimento e o pensamento têm uma origem distinta? Sempre julguei que ambos eram fruto da mente.
Pois, não têm a mesma origem. O sentimento procede do espírito (corpo espiritual) e o pensamento, da mente (corpo mental).

Deixa ver se compreendi bem. Queres dizer então, que o egoísmo se origina na mente e o amor no espírito?
Sim. Ainda que como já disse as ego-emoções e os ego-sentimentos se percebam também no corpo espiritual, o seu aspecto egoísta é gerado na mente.

Poderias esclarecer-me este ponto? Continuo sem entender como pode ser que o egoísmo se origine na mente e que os sentimentos ou emoções egoístas se sintam no espírito.
Claro. Imagina que uma pessoa se encontra com uma lanterna acesa dentro de uma cúpula de cristal. Se o cristal é transparente, tanto a luz que sai da lanterna para o exterior como a luz que entra do exterior no interior, não sofrerá praticamente nenhuma modificação pelo facto de passar através do cristal. Contudo, se o cristal da cúpula, em vez de ser transparente, for opaco, então modificará a passagem da luz através dela, tanto da luz que sai do interior para o exterior como da que entra do exterior no interior da cúpula. A pessoa com a lanterna representa o corpo espiritual e a cúpula de cristal representa o corpo mental. A opacidade do cristal da cúpula representa o egoísmo. O egoísmo modificará tanto a percepção dos sentimentos e emoções dos outros (a luz que entra), transformando-os antes de impressionarem o corpo espiritual, como a expressão ou manifestação dos sentimentos e emoções que procedem do corpo espiritual (a luz que sai), que serão percebidos pelos outros já com o matiz egoísta de que se impregnaram ao passar pela mente.

Ver Mais:

Não deixe de acompanhar as outras partes já postadas:



Beijos no coração,

Namastê

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