Oi gente!
Como ontem fez 1 mês que virei Lactovegetariana, resolvi postar essa matéria abaixo para esclarecer muitas dúvidas e especulações em torno desse assunto tão polêmico.
Em breve vou gravar um vídeo falando sobre o vegetarianismo.
ASPECTOS FILOSÓFICOS DO
LACTOVEGETARIANISMO
Problema Ético: É legítimo o
direito de matar para se comer carne?
Partindo do princípio que para todas as entidades vivas a
vida seja um dos maiores bens, senão o maior bem, que direito temos de matar um
animal para nos alimentar?
Por que é errado matar um humano, mas se julga correto matar
um animal? De onde vem a legitimidade desse direito?
Assim como um humano não gostaria de ser morto para servir
de comida, os animais também não se entregam espontaneamente para o abate.
Se aceitarmos, de forma tranquila, que podemos matar um
animal para nos alimentar, não seria correto aceitar também com a mesma
naturalidade que os animais pudessem se alimentar de seres humanos?
Alguns poderão dizer
que os animais não possuem alma, e que por isso podem ser mortos para servir de
alimento. Quanto a isso devemos lembrar que até bem pouco tempo atrás, se
dizia que os negros e as mulheres também não possuíam alma, e isso era motivo
para justificar e encobrir as mais aterrorizantes maldades e injustiças. Será
que pelo simples fato de acreditarmos que os animais não possuem alma seja uma
razão suficientemente forte para matá-los?
Outros poderiam
alegar que os animais não possuem inteligência desenvolvida como a nossa
tratando-se de seres inferiores, que por esse motivo, merecem ser abatidos para
servirem de alimento. Nesse caso, devemos nos lembrar que o fato de um
animal não ter a inteligência desenvolvida como a nossa não significa que isso
torne justo o fato de abate-los para a alimentação, pois se assim fosse, as
pessoas que nascessem com problemas de retardo mental, ou pessoas acidentadas, ou crianças com
problemas neurológicos por subnutrição na primeira infância e velhos portadores
de certas doenças, todos esses também se encaixariam nessa categoria, podendo
ser considerados “próprios para o consumo humano”.
Se poderia também
afirmar que na natureza, os animais se matam uns aos outros para se alimentar e
que isso é absolutamente normal, por que o homem não pode fazer o mesmo?
Porém, o caso é que os animais, em seu habitat natural, comem somente o que o
instinto manda. Eles não possuem inteligência para realmente discernir o que é
correto comer e o que não é, apenas seguem sua própria natureza e se
alimentando dessa forma estão de acordo com sua fisiologia. Já o homem não
segue tanto seu instinto, mas principalmente seu raciocínio para realizar suas
vontades, o que o conduz, muitas das vezes, ao hábito errado, contrariando sua
fisiologia. Mas o homem pode com esse mesmo raciocínio chegar a entender que
ele não é como os animais, que não precisam nem possuem opção de mudar sua
dieta, evitando o sofrimento de outros animais. Um animal quando mata o outro
para se alimentar, o faz por necessidade de sobrevivência. Já o homem,
excetuando aquelas situações onde ele não possui escolha (os esquimós por
exemplo) o faz por um mero capricho do paladar, já que está mais que provado,
como veremos a seguir, que não necessitamos da carne como um alimento
imprescindível em nossa dieta.
É comum se ouvir:
“Deus não fez os animais para servirem ao homem?”. Quanto a isso devemos
reconhecer que existem muitas religiões no mundo, das quais muitas pregam a
abstinência da crueldade contra os animais, contudo a Bíblia judaico-cristã,
possui uma passagem onde se diz que os humanos possuem um “domínio” sobre os
outros animais. Mesmo que aceitemos essa afirmação como verdade, devemos nos
atentar de que em seu contexto original, a palavra domínio é definida como
“administração”. Torturar e matar milhões de animais todos os anos por motivos
extremamente desnecessários é muito diferente de administrar. Dominação não é tirania!
Também é comum se
ouvir: “mas a exploração animal é legalizada, não constituindo nenhum mal...”. Se
recorrermos à história, vamos perceber que também foi legal a exploração de
escravos humanos no Brasil. Na Alemanha nazista, era perfeitamente legal a
tortura, exploração e assassinato de judeus. Daí podemos concluir que “a
legalidade de algo não determina sua moralidade”.
Muitos alegam que
“todo direto advém da força” e como a raça humana é a mais poderosa sobre a
terra, é ela que determina o direito. Mas por que o direito deve advir da
força e não da justiça? Se formos justos, não poderemos aceitar essa alegação.
O ponto é, se os humanos se acham
merecedores de direitos inerentes e inalienáveis, por que os animais também não
o são merecedores?
Nós, humanos, transformamos nossas necessidades básicas
(alimentação, educação, vestuário, saúde, moradia, etc.) em direitos
fundamentais.
Parece que nós, humanos, “legislamos em causa própria”. Será
que por que não reconhecemos os direitos dos animais, esses não os possuem?
Será que suas necessidades básicas também não podem ser transformadas em
direitos? Será que eles devem ser tratados sempre como objetos a serem
explorados e não como seres vivos como nós, merecedores de respeito e com seus
direitos reconhecidos e garantidos?
Certamente, o ser humano, por ser muito mais inteligente que
os outros animais, deveria cuidar, pajear e proteger os outros animais, assim
como um irmão mais velho cuida dos seus irmãos menores.
ASPECTOS CIENTÍFICOS
Alimentação
lacto-vegetariana e as proteínas.
Uma célula necessita de 45 diferentes nutrientes para
sobreviver, sendo que os mesmos provêm da alimentação. Em sânscrito, nosso
corpo físico é chamado de “anamaya
kosha” que significa “corpo feito de
alimento”, dando a entender que somos o que comemos.
A primeira coisa que
se questiona numa alimentação lacto-vegetariana seria sua suposta falta de
proteínas.
Quando indagamos a alguma pessoa por que ela come carne,
geralmente ela responde que é para satisfazer as necessidades de proteína do
organismo. Muitos até afirmam que não gostam de carne, mas têm medo de
prejudicar a saúde se deixarem de comê-la. Os médicos, em sua grande maioria,
costumam dizer que uma alimentação sem carne é prejudicial. Entenda-se aqui o
termo “carne” abrangendo a todos os seus tipos e derivados (lingüiça, salsicha,
presunto, salame, bacon, aves, etc.) e também ao peixe. O peixe é citado
expressamente porque muitas pessoas ficam assombradas por incluirmos o mesmo na
lista de produtos da carne. Para muitos, peixe não é carne. Entendem por carne
apenas animais terrestres. Os frutos do mar (camarão, siri, lula, marisco,
etc.) também são aqui incluídos no termo “carne”.
A preocupação com a
falta de proteínas na alimentação, incutido durante décadas pela ortodoxa ciência
da nutrição amedronta até mesmo alguns vegetarianos. Qualquer conselho fica
difícil por causa deste medo enraizado, produto de uma mistura de tradição
cultural e desinformação sistemática e ininterrupta.
Mas o caso é: a alimentação lacto-vegetariana nos fornece proteínas suficientes para
uma vida saudável? E qual os malefícios causados à saúde pelo hábito de se
comer carne?
Primeiramente devemos entender do que são feitas as
proteínas.
A ciência descobriu que as proteínas são formadas por uma sequência
de subunidades chamados aminoácidos. Existem 20 tipos diferentes de aminoácidos
encontrados universalmente nas proteínas.
As diversas proteínas contêm estes 20 aminoácidos em
proporções diferentes. Cada proteína apresenta um amino grama específico. O amino
grama mostra o conteúdo percentual em aminoácidos de cada proteína.
Da mesma forma que conseguimos escrever muitas palavras,
sentenças e livros usando as 25 letras do alfabeto, encontramos as mais
variadas proteínas formadas à partir de 20 aminoácidos. Por exemplo: a molécula
da hemoglobina é formada por aproximadamente 600 aminoácidos combinados entre
si. Existem proteínas que possuem mais de 4.000 aminoácidos em sua composição.
Dos 20 aminoácidos existentes, 9 são considerados essenciais
(9 nas crianças e 8 nos adultos). Os aminoácidos essenciais são aqueles que o
organismo não consegue fabricar, tendo que ser fornecidos de fontes externas,
enquanto que os outros aminoácidos, não essenciais, o organismo mesmo fabrica.
As proteínas que existem nos alimentos possuem quantidades variáveis destes
aminoácidos essenciais. É aí que está a importância deles. Por exemplo: se
faltar a letra “Q” no alfabeto, a palavra “qualidade” assim como várias outras
não poderão ser formadas. Da mesma forma, quando falta um aminoácido essencial
várias proteínas não poderão ser formadas, causando problemas ao bom
funcionamento do organismo.
É sabido que as proteínas de origem animal possuem todos os
aminoácidos essenciais. Logo, uma dieta carnívora, obrigatoriamente fornecerá
todos os aminoácidos essenciais, garantindo um suprimento suficiente dos
mesmos. É por isso que os médicos, em sua maioria, orientam as pessoas para uma
dieta rica em carne.
Tabela dos aminoácidos essenciais:
1-Histidina
2-Isoleucina
3-Leucina
4-Lisina
5-Metionina
6-Fenilalanina
7-Treonina
8-Triptofano
9-Valina
Sabendo-se então, que necessitamos de todos os aminoácidos
essenciais em nossa alimentação, fica a
pergunta: a alimentação lacto-vegetariana pode nos oferecer todos eles?
Antigamente pensava-se que as proteínas de origem vegetal
não possuíam todos os aminoácidos essenciais em sua composição. Por exemplo: os
cereais possuem quase todos os aminoácidos essenciais com exceção do triptofano
e da lisina; nas leguminosas (feijões) está ausente a metionina. Logo,
poderíamos concluir, inicialmente, que realmente uma dieta à base de vegetais
nos causaria falta dos aminoácidos essenciais. Porém, pesquisas recentes
demonstram que a soja possui todos os aminoácidos essenciais. Mas mesmo que
faltasse a metionina na soja isso não configuraria um problema, pois, se
observarmos melhor, notaremos que na alimentação humana, existe o costume de se
misturar vários tipos de alimentos em uma mesma refeição. No Brasil, por
exemplo, o prato básico é o famoso “arroz com feijão”, no México temos o “feijão com milho”, assim por diante.
Esses pratos básicos, nada mais são do que uma fórmula criada ao longo das
décadas para juntar os aminoácidos dos cereais com os aminoácidos das
leguminosas, para assim, obtermos todos os aminoácidos numa única refeição. É
por isso que esses pratos básicos sustêm a alimentação de milhares de pessoas
que não possuem condições financeiras para se alimentar de carne, que é um
“alimento” muito mais caro.
A combinação de cereais com
leguminosas pode nos fornecer todos os aminoácidos que necessitamos.
Some-se a isso outras fontes vegetais de proteínas (castanhas, sementes,
frutas) mais o leite e seus derivados, que todo o suprimento de proteínas, com
todos os aminoácidos essenciais, estará garantido.
O leite é rico em
proteínas de origem animal e como vimos anteriormente, as proteínas de origem
animal possuem todos os aminoácidos essenciais.
Hoje em dia é comum verificarmos uma verdadeira propaganda a
favor do consumo de grandes quantidades de proteína animal na alimentação. Porém
isso não é verdadeiramente uma necessidade real.
Abaixo segue uma Tabela com as quantidades percentuais
aproximadas de proteínas de alguns alimentos:
1-Carne – 20%
2-Ovo – 13%
3-Leite de vaca – 3,0 a 3,5 %
4-Leite humano – 2,0 a 2,5 %
5-Soja – 40%
O leite nos mostra uma indicação simples da porcentagem que
a Natureza considera adequada para o ser humano. O bebê, que recebe somente
leite materno, cresce e duplica seu peso em apenas um ano. É a fase de maior
crescimento do organismo. Como podemos verificar na tabela acima, o leite
materno possui apenas de 2 a 2,5 % de proteína. O leite de vaca contém um pouco
mais. Mesmo durante a fase de maior crescimento do organismo, só precisamos de
uma pequena quantidade de proteínas. Se necessitássemos de uma maior
quantidade, o leite materno certamente o conteria. O adulto que já parou de
crescer, cujo metabolismo visa somente à conservação precisa até de menos
proteínas.
Lacto-vegetarianismo e a vitamina B12.
A vitamina B12 é muito importante ao nosso organismo. Ela é
um nutriente muito utilizado em várias reações bioquímicas, principalmente no
sistema nervoso. Quando ela falta ao organismo, vários problemas neurológicos
podem surgir.
Como nos vegetais essa vitamina é praticamente inexistente,
muitos médicos e nutricionistas desaconselham a prática do vegetarianismo.
Contudo, o leite possui quantidades satisfatórias de
vitamina B12, o que garante ao lacto-vegetariano um bom funcionamento do seu
sistema nervoso.
Algumas pessoas que sofrem de problemas com a absorção de
vitamina B12, como no caso da disbiose intestinal (desequilíbrio da microflora
intestinal que causa alterações da saúde com contribuição importante no
desenvolvimento de processos degenerativos e alterações do sistema imune),
mesmo ingerindo leite, poderão desenvolver carência dessa vitamina,
necessitando de tratamento médico específico.
Quais os malefícios causados ao
organismo pelo hábito de se comer carne?
Aquilo que chamamos de “carne” são tecidos animais formados
por células. Quando o animal morre, dentro de suas células ocorre um fenômeno,
que consiste no aumento da permeabilidade na membrana dos lisossomos. Os
lisossomos são organelas celulares responsáveis pela digestão celular.
Resumidamente falando, são pacotinhos feitos de uma membrana lipoprotéica,
revestida com polissacarídeos, cheias de enzimas. Com o aumento da
permeabilidade a membrana lipoprotéica do lisossomo deixa escapar para o meio
celular suas enzimas, que começam a digerir a própria célula. Esta digestão que
ocorre de dentro para fora da célula dá origem a uma série de compostos muito
tóxicos. Começa então surgir a cadaverina, putrescina, indol, escatol, etc.
Além dessa decomposição de dentro para fora, existe também as alterações
químicas nas proteínas da carne ingerida, causadas pelo ataque de
microorganismos da flora intestinal que também vão originar compostos muito
tóxicos como o sulfeto de hidrogênio, mercaptanas além daqueles já acima
descritos.
O animal carnívoro possui um intestino com aproximadamente
três vezes o tamanho de seu corpo, o que é relativamente curto. Isso ocorre
para que a carne ingerida, que não foi devidamente digerida, não tenha tempo de
sofrer a degradação acima descrita, pois do contrário, o animal absorveria
todos esses produtos tóxicos.
Graças ao fato de as células vegetais muito raramente
possuírem lisossomo (por exemplo, as células das sementes possuem “lisossomos”
que, durante a germinação, digerem as substâncias nutritivas armazenadas - na
verdade, os ditos “lisossomos” de células vegetais são vacúolos contendo
hidrolases ácidas), o que impede a degradação intracelular referida acima, e
por possuírem a membrana celulósica (parede celular), cutina (camada
constituída de polímeros de ácidos graxos de cadeia longa) e serem revestidas
externamente por ceras de constituição complexa, os tecidos vegetais são muito
mais resistentes aos ataques de microorganismos. Com isso, os animais
herbívoros (vacas, cavalos, carneiros, etc.) podem possuir um intestino com
aproximadamente 10 vezes o tamanho de seu corpo e os animais frugívoros 12
vezes, sem maiores problemas.
O ser humano possui um intestino com aproximadamente 6 vezes
o tamanho do corpo. Logicamente, possuindo um intestino tão comprido, a
ingestão de carne pode causar problemas, pois um pedaço de carne mal digerido
(o que é bastante freqüente) terá um tempo bem longo para atravessar todo o
tubo digestivo, o que favorecerá a absorção dos produtos tóxicos oriundos da
degradação celular, que terá um bom tempo para ocorrer.
Quando colocamos um pedaço de carne e um vegetal (alface,
cenoura, maçã, etc) expostos às condições ambientais, notamos que a carne
estraga muito mais rápido que o vegetal. Notamos que mesmo quando o vegetal
apodrece, ele nunca é tão repugnante e mal cheiroso quanto a carne. Com este
exemplo simples, podemos ter uma idéia do que acontece no interior das vísceras
de uma pessoa que se alimenta com carne. Apesar da carne ser um “alimento” rico
em proteínas, estas proteínas estão “sujas” pois junto com elas estão muitos
tipos de substâncias tóxicas. Graças à
certas diferenças constitucionais entre a célula vegetal e a animal, os
vegetais podem nos fornecer proteínas que não estão acompanhadas de tantas
substâncias tóxicas.
É de grande importância a questão da absorção das gorduras
saturadas de origem animal. As ingestão de
gorduras saturadas é uma das principais causas de ataques cardíacos e
derrames cerebrais entre os humanos. Como é sabido, as gorduras tem sua
digestão mais lenta que os açúcares e proteínas, assim, os animais carnívoros,
graças ao seu curto sistema digestório, que confere uma passagem rápida pelos
intestinos da carne ingerida, absorvem apenas uma pequena parcela da gordura
saturada nela contida. Já o homem, com seu longo intestino, tem tempo de sobra
para absorver altas doses de gordura saturada, trazendo complicações ao seu
organismo.
Além disso, a carne é também o “alimento” mais rico em ácido
úrico, substância tóxica, produto final da degradação das purinas (substância
presente nos ácidos nucléicos, xantinas,e outros) intimamente relacionada com várias doenças
degenerativas como o reumatismo, artrite e gota. Com exceção dos primatas (o
homem é um primata), os outros animais possuem uma enzima chamada uricase, que
transforma o ácido úrico em alantoína, substância relativamente inócua e
eliminada na urina.
Também é digno de
nota, que uma dieta humana lactovegetariana produz uma flora intestinal
predominantemente fermentativa (bactérias Gram [-]), enquanto que uma dieta
carnívora produz uma flora intestinal predominantemente putrefativa (bactérias
Gram[+]). Assim, também é importante lembrarmos que quando o intestino se
polui, nossa saúde sofre um grande abalo. Isso porque 60% de nosso sistema
imunológico se encontra nos intestinos, e quando esse se enfraquece devido aos
hábitos alimentares não salutares, nossas defesas contra infecções diminuem.
Também é importante ressaltarmos o fato de que 60% da serotonina (hormônio do
“bem estar”) produzida no corpo é gerada nos intestinos, e quando estes estão
intoxicados, essa produção sofre uma substancial queda.
Quanto ao leite, podemos afirmar que ele nos fornece
proteína de origem animal (caseína), contendo todos os aminoácidos essenciais,
porém sem os malefícios da carne. O leite não é formado por células (não é um
tecido) contendo lisossomos que viabilizam a degradação celular. Também,
consumido com moderação (3 xícaras ao dia), fornece níveis seguros de gordura
saturada. Por isso ele é uma fonte de proteínas de melhor nível que a carne,
pois sua proteína não é “suja”. A proteína do leite também é melhor do que a dos
vegetais, do ponto de vista que ela
possui todos os aminoácidos essenciais e garante uma provisão segura de
vitamina B12 (que os vegetais não possuem).
As carnes brancas, frutos do mar e o
ovo.
É muito comum se ouvir dizer que as carnes “brancas” (aves e
peixes) são mais saudáveis que as carnes “vermelhas”. Porém existem alguns
pontos que devemos levar em consideração antes de aceitarmos tais afirmações.
Todas as aves (galinha, peru, pato, faisão, etc.) possuem um
problema de insuficiência renal característico. Seu sistema excretor é muito
primitivo. Só para se ter uma idéia, as aves não tem um sistema para a
eliminação de fezes separado da urina nem separado para o sexo. A cloaca exerce
todas as três funções.
Por causa dessa insuficiência renal, a carne das aves possui
uma taxa maior de uréia (substância tóxica produto final do metabolismo das
proteínas) e creatinina (substância final do metabolismo da creatina utilizada
nos músculos), o que lhe confere o sabor característico, pois a excreção dessas
substâncias esta comprometida.
Os peixes, por serem animais mais primitivos ainda, seu
sistema excretor também deixa a desejar. O rim dos peixes de água salgada
possui gromérulos pequenos e em pouca quantidade, pois a água do mar, rica em
sais, tem pressão osmótica superior à do sangue dos peixes. Já os peixes de
água doce, possuem um grande número de gromérulos para produção de uma grande
quantidade de urina, pois a pressão osmótica da água doce é inferior à do
sangue dos peixes. Porém, em ambos os casos, eles não transformam a amônia
(NH3, substância extremamente tóxica) em uréia (que apesar de tóxica, é menos
tóxica que a amônia), pois como eles dispõe de grandes quantidades de água, ela
é diluída em concentrações inofensivas. Mas como quando o peixe é pescado, ele
ainda continua vivo por um bom tempo fora da água, agonizando, a amônia
produzida nesse período não tem como se dissolver e fica impregnada na carne do
animal. Daí o seu odor degradável e característico. A carne de peixe também
costuma ficar contaminada com o metais pesados ou outras substâncias tóxicas
oriundos da contaminação das águas. Pior ainda acontece com os moluscos
filtradores marinhos (ostras, marisco, etc.) e os crustáceos (camarões,
lagostas, caranguejos, etc.), pois os mesmos possuem um sistema excretor
incrivelmente simples. Os moluscos não possuem rins, mas metanefrídios (quase
rins), enquanto que os crustáceos possuem as “glândulas verdes” situadas na
cabeça, que filtram os líquidos do corpo e da hemolinfa. Com isso sua carne possui
alto teor de ácido úrico, uréia e creatinina. As ostras e mariscos além dessa
contaminação endógena de origem fisiológica, também podem conter, por serem
animais filtradores de água, altas concentrações de metais pesados e outras
substâncias tóxicas quando são colhidos em locais em cujas águas estejam
contaminadas. Por isso é muito comum ouvirmos falar de pessoas que sofreram
intoxicações alimentares por ingestão de “frutos do mar”.
O ovo comprado em
supermercados e quitandas, que é um produto muito utilizado na culinária
tradicional, na verdade não pode ser chamado de “ovo”. Um “ovo” é um óvulo
fecundado por um espermatozóide. Quando isso não acontece, ele continua a se
chamar “óvulo”.
A galinha que vive em
granja não tem contato sexual com o galo, logo seu óvulo não é fecundado por um
espermatozóide. Então esse óvulo não
fecundado, não possui vida, e por isso entra em processo de degradação. Então,
logo é expelido pela galinha, como se fosse um excremento (poder-se-ia até dizer, guardando-se as devidas proporções,
que se trata de uma “menstruação” de galinha).
Para que o “ovo” seja comercializado sem se estragar
facilmente, os criadores introduzem antibióticos na alimentação das aves para
retardar essa degradação. Os consumidores desses “ovos” também vão ingerir
indiretamente essa droga, o que poderá acarretar problemas ao organismo.
Resíduos de antibióticos, em produtos animais, podem ser transferidos a pessoas
que os consomem, acarretando efeitos nocivos (reações alérgicas) em indivíduos
previamente sensibilizados, além de favorecer o aparecimento de bactérias
resistentes.
Outro problema do consumo de “ovos” é o fato de que os
criadores também introduzem na alimentação das aves hormônios para aumentar a
produção. Esses hormônios, que possuem uma ação direta nas glândulas sexuais,
passam a integrar o organismo e os “ovos” dessas aves, trazendo problemas para
seus consumidores, pois os mesmo estarão também recebendo de forma indireta
essa carga hormonal, que perturbará o delicado equilíbrio hormonal de seus
próprios organismos. O processo de manufatura na produção de “ovos” e derivados
de carne, não influencia na concentração e estrutura dos esteróides presentes
nos tecidos animais, nem protege contra a ingestão destes compostos. Produtos
anabólicos podem permanecer na sua forma ativa dentro dos “ovos” e na carne,
após o abate, e exercer efeito endócrino nos indivíduos que consomem estes
produtos. A prática de tratar animais para corte e para produção de “ovos” com
esteróides sexuais pode contribuir para um consumo aumentado destes hormônios
não apenas diretamente, a partir da ingestão da carne e “ovos” de animais
tratados, mas também via um aumento da excreção destes compostos e seus
metabólicos para o ambiente, onde eles poderiam contaminar a água potável.
Quanto ao ovo “galado”, ou seja, que foi fecundado pelo
espermatozóide de um galo, podemos dizer que se trata de um “aborto de galinha”. O cadáver do feto dentro do ovo também
passa pela degradação celular.
Fisiologia humana:
própria para o lacto-vegetarianismo?
Muitas vezes ouvimos
dizer que o organismo humano não foi feito para comer apenas vegetais, mas sim
carne. Até autoridades médicas corroboram esse tipo de pensamento.
Dizem que nossa arcada dentária, por possuir dentes caninos
demonstra nossa origem carnívora, assim como outras coisas de nossa fisiologia
(que nunca são declaradas).
Quanto a isso, devemos nos lembrar de alguns fatos que
desautorizam essa afirmação:
-Gorilas são animais estritamente vegetarianos, porém
possuem gigantescos dentes caninos. Isso se dá por causa da sua necessidade de
defesa e não por motivo de sua dieta. Nós humanos possuímos dentes caninos
extremamente subdesenvolvidos em relação aos demais animais, de forma que eles
não estão ali como arma de caça (como no caso dos carnívoros) tão pouco como
arma de defesa (como no caso do gorila).
Eles são usados simplesmente para que haja uma perfeita mastigação dos
alimentos, perfurando e rasgando alimentos
fibrosos.
-Animais carnívoros que possuem dentes caninos
desenvolvidos, também possuem a saliva ácida. Já os animas herbívoros e o homem
possuem a saliva alcalina, pois nela existe a enzima ptialina, que age sobre o
amido (carbohidrato de origem vegetal)
para transforma-lo em formas mais simples de polissacarídeos (maltose e
dextrinas). Como os animais carnívoros não ingerem amido, esse tipo de enzima
não existe em sua saliva.
-Os animais carnívoros possuem todos os dentes pontiagudos,
não possuindo os dentes molares. Os animais herbívoros e o homem não possuem
todos os dentes pontiagudos, porém possuem potentes molares, apropriados para
moer vegetais.
-Os animais herbívoros e o homem possuem o movimento lateral
de mandíbula, para que os dentes molares possam moer apropriadamente os
vegetais (vegetais possuem células com membrana celulósica, o que lhes confere
maior rigides). Já os animais carnívoros não possuem esse movimento lateral de
mandíbula. Além disso, suas mandíbulas são alongadas e pontudas, enquanto os
animais vegetarianos possuem mandíbulas arredondadas e achatadas)
-Animais carnívoros não possuem glândulas sudoríparas na
pele, eles suam pela boca. Os animais herbívoros e o homem suam através de
milhares de glândulas sudoríparas espalhadas pela pele.
-Animais carnívoros possuem visão noturna (olhos brilham no
escuro) enquanto que os animais vegetarianos e o homem não a possuem.
-Animais carnívoros adoram o cheiro de carne podre e não
encontram problemas em ingeri-la, pois sua alta acides estomacal destrói os
micro-organismos patogênicos. Os animais vegetarianos e o homem não se sentem
atraídos pelo cheiro de carne podre, além de não possuírem uma alta acides
estomacal.
-Animais carnívoros são caçadores natos, possuindo grande
agilidade e alta velocidade de arranque, além de serem equipados com possantes
garras afiadas. Já os animais vegetarianos e o homem possuem velocidade de
arranque menor e não possuem garras afiadas.
-Animais carnívoros lambem a água, enquanto animais
vegetarianos e o homem sorvem a água.
-Animais carnívoros nascem com os olhos grudados, enquanto
que animais vegetarianos e o homem nascem com os olhos abertos.
-Animais carnívoros possuem hábitos noturnos e
crepusculares, enquanto que os animais vegetarianos e homem possuem hábitos
diurnos.
Relação entre a fome
no mundo e o consumo de carne.
Para se criar animais para abate são necessários muitos
milhões de toneladas de grãos todos os anos. O processo de se utilizar cereais
para produção de carne é incrivelmente improdutivo, pois o custo de produção
½ Kg de proteína animal é o mesmo que
para se produzir aproximadamente 10 Kg de proteína vegetal. Somente 10 % das
proteínas e calorias com que alimentamos nossos animais para abate é recuperada
na carne consumida, o resto é perdida. Estudos
feitos em Harvard, pelo nutricionista Jean Meyer, demostram que se fosse
reduzida em 10 % a produção mundial de carne, a quantidade de grãos que deixaria de ser utilizado para esse fim
seria suficiente para se alimentar 60 milhões de pessoas. Vários estudos também
demonstram que 80 a 90 % de todo grão produzido nos E.U.A. é utilizado para
criar e engordar animais.
A criação de gado para abate requer a utilização de vastas
áreas de terra, áreas essas que terão sua fertilidade perdida, pois o gado
compacta a terra, e a luz solar (raios ultravioleta) recebida nesses pastos
esterilizam a microflora (fungos e bactérias) responsáveis pela fertilização do
solo (húmus), além do que, esse desmatamento também acaba causando a erosão. Só
para se ter uma idéia prática do tamanho do desperdício de terra para a
produção de carne, basta dizer que a quantidade de proteína produzida em 17
acres de terra onde se cria gado para abate é a mesma que a produzida em apenas
1 acre plantando-se soja.
Também é interessante notarmos que a pecuária fixa apenas
alguns peões no campo, que podem cuidar sozinhos de um vasto rebanho de gado,
enquanto que a agricultura absorve uma muito maior massa de mão-de-obra, o que
fixa o homem no campo, evitando assim o êxodo rural.
Vegetarianismo e meio-ambiente.
Para se criar animais para abate, são destruídas gigantescas
áreas de mata nativa para se produzir os pastos. Essa destruição das matas
nativas gera muitos desequilíbrios ecológicos, pondo em risco de extinção
várias espécies de animais e plantas.
Para produzir carne, não só a terra é desperdiçada, mas
também a água. Criar alimentos para à base de carne requer 8 vezes mais água do
que a necessária para se cultivar
verduras e grãos. Isto significa, que
enquanto milhões de pessoas morrem de fome e de sede, umas poucas matam
animais, destroem vastas extensões de terra, água e grãos, para simplesmente satisfazer seu caprichoso
paladar que prefere a carne, a qual destroe lentamente sua saúde.
Vivemos em um país
tropical.
Vivemos em um país tropical onde existe uma grande provisão
de frutas, verduras, cereais, mel e leite o ano todo. Com tanta variedade de
saborosos e nutritivos alimentos, matar animais para comer pode ser considerado supérfluo e
desnecessário. Como podemos perceber, matar milhões de inocentes animais, todos
os anos, sob a desculpa da “luta pela
sobrevivência”, não passa de uma grande e terrível mentira. Talvez essa grande
mentira tenha suas raízes sendo nutridas pela inconseqüente predileção do
paladar da maior parte de nossa população e da gigantesca e cruel indústria da
carne e seus derivados, que vê na morte de pacíficas criaturas uma enorme fonte
de lucros.
O chocolate
Todo alimento, estimulante ou sedativo, por interferir no
correto funcionamento cerebral é considerado deletério para as práticas
espirituais yogues.
Estudos científicos recentes revelam que o cacau do
chocolate possui substâncias que interferem na tranquilidade das atividades
mentais. Uma dessas substâncias se chama feniletilamina, da família das
anfetaminas, a principal substância química relacionada a emoção conhecida como
“paixão”, por estimular o centro do amor no cérebro. Também foram descobertas
no cacau outras substâncias conhecidas como as N-aciletanolaminas, que se unem
a receptores no cérebro feminino causando efeito semelhante ao da maconha.
Essas substâncias estão presentes no cacau e no chocolate escuro, mas não no
chocolate branco.
Com certeza, é por esse motivo que o chocolate esteja tão
relacionado à paixão e aos romances. Porém
para aqueles que querem atingir um grau de serenidade mental necessário às
atividades espirituais a que se propõe, devem rejeitar alimentos que contenham
essas substâncias. Como está dito no Bhagavad-Gita, “a mente pode ser nossa
amiga ou nossa inimiga” (B.G. 6.5).
ASPECTOS RELIGIOSOS
Cristianismo e
lacto-vegetarianismo.
Apesar dos cristãos sempre questionarem a dieta lacto-vegetariana
dos vaisnavas, citando algumas partes da bíblia como em Marcos 7:15: “Nada há fora do homem, que entrando nele, o possa
contaminar, mas o que sai dele isso é que contamina o homem.”, devemos
sempre nos lembrar de alguns detalhes importantes, que na maioria das vezes
foge ao entendimento superficial.
Primeiramente
devemos entender que do ponto de vista vaisnava, a alimentação vegetariana, por
si somente, não fornece espiritualidade nem transcendência. A dieta vegetariana
apenas nos qualifica para as práticas espirituais. Prabhupada nos explica que
um gorila é vegetariano desde o nascimento, mesmo assim ele não tem a
espiritualidade desenvolvida.
Os argumentos que
serão descritos a seguir são fruto de estudos de alguns teólogos cristãos
vegetarianos, porém não são universalmente aceitos. Assim, deixamos por conta
do leitor a conclusão final sobre a validade das mesmas.
Para os judeus, o homem perfeito, Adão, era um vegetariano.
Em Gênesis 1:29 está escrito: “E disse Deus (a Adão): Eis que vos tenho dado
toda erva que dá semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a
árvore, em que há fruto de árvore que dá semente, ser-vos-á para mantimento.”.
Isso porque, no Jardim do Éden, não se podia trabalhar, sendo assim, matar
violentamente um animal, cortar-lhe a carne e cozinhá-la não combinava com uma
vida paradisíaca, mas sim com uma vida de misérias, o que ele passou a ter após
ter recebido como castigo a saída do Éden. Os judeus já sabiam que matar um ser
vivente para comer é considerado pecado, pois no decálogo (Êxodo 20:13) está
escrito “Não matarás”. Por isso existe, no judaísmo, leis para desagravo, para
quando se necessita matar algum ser vivente ou fazer guerra ou escravos, pois
Deus, por ser bondoso, não poderia aceitar essas situações. Essas leis são
chamadas de “kosher” e são destinadas a tornar a guerra, escravatura e a
matança de animais menos violentas. Por isso nunca vemos um judeu num açougue
normal. Um judeu só come carne quando ela é classificada de “kosher”, pois
dessa forma ele saberá que antes de se matar o animal para consumo, foi feita
uma cerimônia religiosa, onde o animal não sofra tanto e para desagravo do
pecado cometido.
Como sabemos,
Jesus era, antes de tudo, um judeu, porém por sua estatura espiritual, ele não
poderia aceitar a matança de animais em sacrifício nos templos. Por
isso ele demonstrou-se claramente contra a presença dos vendilhões no templo,
não que Jesus tenha tido raiva do comércio em si dentro do templo, mas
principalmente por que os comerciantes vendiam animais para serem abatidos
dentro do templo como oferenda a Deus. Jesus
pediu aos seus discípulos para pregar contra a matança de animais, pois ele
mesmo era o “cordeiro de Deus”, cujo sacrifício anulava a necessidade de se
matar animais para esse fim. Dessa forma, Jesus se colocou no lugar dos
animais, que deveriam ser mortos em sacrifício, poupando-lhes a vida. É também
interessante lembrar-se, que após a morte e ressurreição de Jesus, o templo em
Jerusalém foi destruído, conforme Jesus havia previsto, o que impediu que se
continuasse a matança de animais em larga escala por um bom tempo.
É claro que os
cristãos além de serem muito refratários a essas evidências, também vão dizer
que Jesus fez a multiplicação dos pães e dos peixes, demonstrando que
ele não ligava para esse tipo de coisas. Porém vamos prestar bem atenção ao
que está escrito na passagem da primeira multiplicação de alimentos: “Então
eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E ele disse:
Trazei-mos aqui. E tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva,
tomou os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, os abençoou
e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão.”
(Mateus 14:17-19); agora vejamos o que está escrito na segunda multiplicação de
alimentos: “E os seus discípulos disseram-lhe: Donde nos viriam num deserto
tantos pães para saciar tal multidão? E Jesus disse-lhes: Quantos pães tendes?
E eles disseram: Sete, e uns poucos de peixinhos. Então mandou à multidão que
se assentasse no chão. E tomando os sete pães e os peixes, e dando graças,
partiu-os, e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos à multidão.”(Mateus 15:33-36).
Porém agora, vejamos o que está escrito mais adiante, em Mateus 16:9-10: “Não
compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens, e de
quantas alcofas levantastes? Nem dos sete pães para quatro mil, e de quantos
cestos levantastes?.”. Gostaria que reparassem nas partes grifadas. Por que se
referem apenas aos pães e não aos peixes? Alguns estudiosos do assunto dizem
haver evidências que originariamente essa história não incluía os peixes, mas
que os mesmos foram inseridos posteriormente.
A vida de Jesus inteira está relacionada com os animais: ele
nasceu numa manjedoura, entre os animais; ele, juntamente com João Batista,
instituíram o batismo na água para o pagamento dos pecados, como substituição a
matança de animais no templo; ele alterou a comemoração da Páscoa, onde os
judeus comiam um carneiro, e após o advento de Jesus passou-se a comer apenas
pão sem fermento e vinho; por fim ele foi preso e morto após o incidente onde
Jesus expulsa os vendilhões do templo, que vendiam animais para sacrifício.
Também é interessante conhecer algumas partes do livro de
Isaías, onde o profeta diz: “De que me serve a mim a multidão de vossos
sacrifícios? Diz o Senhor, já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da
gordura de animais nédios e não folgo com o sangue de bezerros, nem de
cordeiros, nem de bodes.”(Isaías 1:11), mais no final do livro encontramos: “O que mata um boi é como o que fere um
homem, o que sacrifica um cordeiro, como o que degola um cão...”(Isaías 66:3).
A citação bíblica
mais direta sobre as benesses da dieta vegetariana, podemos encontrar em Daniel
1:12, onde está escrito: “Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias,
fazendo que se nos dêem legumes a comer e água a beber.”, e depois em Daniel
1:15: “E, ao fim de dez dias, apareceram os seus semblantes melhores; eles
estavam mais gordos do que todos os mancebos que comiam porção do rei (que
continha carne).”
Budismo e lacto-vegetarianismo
Segue abaixo algumas citações do evangelho de Buda que
corroboram o lacto-vegetarianismo:
“Não mateis. Respeitai a todo ser vivente.”
“O homem implora a misericórdia dos deuses e não tem
misericórdia pelos animais, para os quais ele é como um deus. Tudo quanto vive
está unido por laços de parentesco, e os animais que matais já vos deram o doce
tributo de seu leite, o macio de sua lã, e depositaram sua confiança nas mãos
daqueles que os degolaram.”
“Ninguém pode purificar seu espírito com sangue, pois se os
deuses são bons, não lhes pode ser agradável o sangue, e se são maus, não basta
este para suborná-los.”
“Feliz seria a terra se todos os seres estivessem unidos
pelos laços da benevolência e só se alimentassem de alimentos puros, sem
derrame de sangue. Os dourados grãos, as reluzentes frutas e as saborosas ervas
que nascem para todos, bastariam para alimentar e dar fartura ao mundo.”.
Encontramos no Sutra
de Lótus:
“O Buddha disse a Manjushri: [...] Quanto às associações
próprias para eles, bodhisattvas e mahasattvas não devem relacionar-se
proximamente com criadores de porcos, carneiros, galinhas ou cães, ou ainda com
praticantes da caça, da pesca ou de outras atividades malévolas. [...] Também
não deve associar-se a carniceiros ou cortadores, nem com os que caçam animais
ou apanham peixe, ou matam e ferem por lucro. Com esses que trabalham na venda
de carne ou que oferecem mulheres e vendem os seus favores com pessoas destas
não se deve associar.”(Sutra de Lótus - Capítulo Quatorze: Práticas Pacíficas)
Está escrito no Sutra da Rede de Brahma:
“Um discípulo de Buda não deve deliberadamente comer carne.
Não deve comer a carne de qualquer ser se ciente. O comedor de carne perde a
semente da Grande Compaixão, corta a semente da Natureza de Buda e faz com que
os seres [animais ou transcendentais] o evitem. Aqueles que assim procedem são
culpados de incontáveis ofensas [...]”(Sutra da Rede de Brahma – Capítulo VI –
Terceiro Preceito)
No Dhammapada está
escrito:
“Um homem que injuria seres vivos não se torna desta maneira
um Ariya (nobre).
Mostrando-se inofensivo para com todos os seres vivos, ele é
sim chamado Ariya.” (Dhammapada – verso 270)
Espiritismo e lacto-vegetarianismo.
É sabido entre os médiuns, que nos dias em que se realizam
as reuniões de trabalho espírita, deve-se evitar o consumo de carne. Alguns
espíritos como Ramatis, defendem abertamente o lacto-vegetarianismo.
Alguns espíritos como Ramatís, defendem abertamente o
lacto-vegetarianismo:
“[...]O homem primário pode fartar-se tranquilamente na
devora de vísceras retalhadas dos seus irmãos menores, porque ainda vive
escravizado às suas sensações da vida material e a Divindade não pode julgá-lo
um pecador. Mas é aberrativo e censurável que os homens já vinculados a labores
espiritualistas, como espíritas, umbandistas, esoteristas, rosacrucianos,
teosofistas ou yogas, ainda se fartem e se provém de carne estraçalhada dos
animais! [...]” (Ramatís – A Vida Humana e o Espírito Imortal – pág. 101 –
Problemas da Alimentação)
Prasada – o alimento oferecido a Deus.
Segue abaixo algumas citações do Bhagavad-Gita sobre
alimentação:
B.G. 9.26:
“Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, folhas, flores,
frutas ou água, Eu aceitarei.”
B.G. 17.7:
“Mesmo o alimento que cada pessoa prefere é de três
espécies, conforme os três modos da natureza material. O mesmo se aplica aos
sacrifícios, às austeridades e à caridade. ...”
B.G. 17.8:
“Os alimentos apreciados por aqueles que estão no modo da
bondade aumentam a duração da vida, purificam a existência e dão força, saúde,
felicidade e satisfação. Semelhantes alimentos são suculentos, gordurosos
(cheios de nutrientes), saudáveis e agradáveis para o coração.”
B.G. 17.9:
“Alimentos que são muito amargos, muito acres, salgados, quentes, picantes, secos e ardentes
são apreciados por quem está no modo da paixão. Tais alimentos causam
sofrimento, miséria e doença.”
B.G. 17.10:
“Alimento preparado mais que três horas antes de ser
ingerido, alimento insípido, decomposto e putrefato, e alimento que consiste em
refugos e substâncias intocáveis atrai aqueles que estão no modo da escuridão.”
De acordo com a
conclusão védica, nossas vidas devem ser utilizadas para a satisfação do Senhor
Supremo. Dentro deste contexto, tudo o que fazemos deve ser consagrado
a Deus, até mesmo o hábito de comer. Por isso, um vaishnava prepara alimentos
no modo da bondade (satvicos) para oferece-los à Deus. Um vaishnava entende que
o alimento não é preparado e consumido apenas com o propósito de nos livrar de
um desconforto fisiológico chamado “fome”, ou simplesmente para a satisfação do
sentido do paladar e do olfato, mas acima de tudo para manter nosso corpo
saudável e bem disposto, para que ele seja utilizado com um instrumento de
Deus. Quando oferecemos o alimento à Deus com amor e devoção Ele aceita, e como
tudo aquilo que Deus aceita se torna puro e purificador, o alimento se
transforma em “prasada” ou “misericórdia” de Deus. Todo aquele que se alimentar
dessa prasada terá sua consciência purificada.
Lacto-vegetarianismo e violência.
De acordo com a lei do Karma, recebemos de volta a reação de
nossos atos e pensamentos.
Quando matamos milhões de animais inocentes, todos os anos,
simplesmente para satisfazer nosso caprichoso paladar, teremos que receber de
volta, de alguma forma, essa violência desnecessária.
Também por isso o mundo está cheio de ódio e de guerras. O
próprio hábito alimentar humano vêm aumentando a violência social em todo o
mundo.
Pelo simples fato de poluirmos nosso organismo com as
toxinas da carne, envenenando nossos líquidos corporais, também chamados de
“humores”, já estamos nos predispondo à violência. Daí vem o termo “mal
humorado”, pois um corpo intoxicado produz uma mente irritada, intolerante e
amargurada. Quando nosso corpo está livre de intoxicações, nossos líquidos
corporais estão limpos e nos sentimos “bem humorados”.
Alguns vegetarianos famosos:
Krishna, Buddha, Shankaracarya, Ramanujacarya, Madvacarya,
Mahavira, Caitanya Mahaprabhu, Pitágoras, Sócrates, Platão, Clemente de
Alexandria, Plutarco, o Rei Asoka, Leonardo da Vinci, Montaigne, Akbar, John
Milton, Sir Isaac Newton, Emanuel Swedenburg, Voltaire, Benjamin Franklin, Jean
Jacques Rousseau, Henry David Thoreau, Leon Tolstoy, George Bernard Shaw,
Rabindranath Tagore, Mahatma Gandhi, Albert Shweitzer, Albert Einstein, Swami
Bhaktivedanta Prabhupada, Paramahansa Yogananda, Ramakrishna, Swami Vivekananda
e também alguns artistas como: Richard Gere, George Harrison e família, Paul
Macarney e família, Tina Tuner, entre outros. Também é digno de nota o nome
de Carl Lewis, atleta olímpico, ganhador
de 9 medalhas olímpicas.